Vamos por partes.
Pois que na semana passada a SIC veio fazer uma reportagem à minha empresa. Contactaram-me a meio da manhã para agendar as gravações para a tarde. Say whaaat? - pensei eu. Fiquei histérica (mas num registo silêncio-histérico) e comecei logo a entrar em transe. Não podia estar a acontecer! Fiquei com o coração a 1000 à hora e na minha cabeça só rolava um disco sobre o que haveria de dizer e como o haveria de dizer. Até enquanto estava a lavar os dentes dei por mim a falar alto e sozinha para o espelho, como se a jornalista estivesse lá (sim, estão autorizados a fazer aquele sinal ao lado das fontes da vossa testa, em que o vosso dedo indicador anda à roda, enquanto fazem Cu-Cu). E foi inacreditável. Não porque tivesse simplesmente aparecido na televisão, mas sim porque a televisão teve interesse numa coisa minha, que eu construí sozinha, do zero, da minha cabeça e com as minhas mãos (e as do J.) e que, apesar de todas as más marés e mares adversos, tenho sempre conseguido levar para a frente. Eu é que dei motivo à reportagem e não o contrário. Estou muito, mas muito orgulhosa de mim, confesso! E, sinceramente, eu mereço.
A coisa melhorou quando, nessa mesma manhã, vi que também tinha aparecido um artigo no Jornal de Notícias, em que eu e a minha empresa fomos referenciados. A entrevista tinha sido feita uns bons dias antes e não esperava que tudo coincidisse na mesma altura.
Em contraposição, deu para ver, com estas coisas todas, quem realmente gosta de mim e tem orgulho no meu sucesso e quem diz gostar de mim, mas vira a cabeça para o lado, como que fingindo nem ter reparado, só porque as coisas correram melhor para outra pessoa do que para elas próprias.
Seja pelo que for, estou eufórica. Acho que tive, depois de alguns anos, uma recompensa mais do que merecida e calhou mesmo na melhor altura. A reportagem tardou muito a ser emitida pelos acontecimentos da semana passada, nomeadamente o acidente do avião da Germanwings. Hoje já apareci e devo voltar a aparecer de novo, lá pelo meio de Jornais da Noite. Digo eu, sem certeza. Mas será que me conseguem descobrir, qual Wally?