Quando, há tempos, caí e desloquei alguns músculos do braço e, com isso, fiquei bastante incapacitada, durante umas semanas, à conta de dores e inchaços vários na área o cotovelo, fui ao Hospital da Boa Nova, em Perafita, às urgências. Este hispital é privado e pertence ao Grupo Trofa Saúde. Podia ter ido ao São João, mas decidi não ir, pois não aguentaria horas à espera, tais eram as dores. (Sei que foi um momento de chiqueza, mas foi em desespero.) Na receção do hospital, não primou a simpatia. As funcionárias comunicavam entre si em sussurro, mesmo em frente aos pacientes, e falavam connosco sem sequer olharem para nós. Em termos de tratamento médico, não me posso queixar. O médico que me atendeu nas urgências de Fisiatria/Ortopedia foi muito calmo, bem disposto q.b., delicado e atencioso. Mandou logo encher-me as veias com analgésicos e afins, mas lá que me comecei a sentir melhor, comecei. Os enfermeiros foram igualmente atenciosos e cuidadosos e só me incomodou o facto de eu ter dito, várias vezes, a um deles que o braço magoado e que eu mal mexia era o direito e ele, quando tirou a agulha do meu braço esquerdo, me ter dito para comprimir a gaze. Como poderia comprimir, se não tinha mais braços? Tentei explicar-lhe duas vezes, mas ele não ouviu e lá foi o J. pressionar a gaze. Tirando isso, tudo ok. Raios-X para um lado, receita e dicas de fisioterapia caseiras, conselhos e o desejado ""Daqui a 3-4 dias isso já passou". Tirando a passagem final pela receção, parca em simpatia e contacto visual, tudo correu bem a partir daí.
Quer dizer, correu bem, com a exceção dos tais "3-4 dias", que se veio a provar serem uma metáfora para "um mesito ou dois". De facto, passado um mês da queda, a coisa já estava bem melhor, mas ainda com mazelas. Decidi, por isso, ir ao Hospital da Maia, também do Grupo Trofa Saúde, a uma consulta de Fisiatria. Chegado o dia, fui bastante mal atendida pela médica que me calhou na rifa: nova, mas (ou por isso) muito empertigada, muito vaidosa, só olhava para o computador e teclava com tanta força que parecia que lhe ia saltar uma unha. Passava pouco das 20h e isso também não ajudou, que nesse dia devia ir dar algum concurso tipo "Miss Universo" e ela não poderia perder. Não bastasse tudo isto e o facto de pouco ter olhado para mim ou para o meu braço e de me ter logo encaminhado para uma ressonância magnética (incha palhaça!), ainda se despediu de mim com um valente "passou-bem", o que é sempre extremamente correto, sensato e profissional, quando, perante si, tem um doente com o braço direito em apuros e sem certeza de algo estar fraturado ou não.
À saída, pessoas mal dispostas na receção, de novo, a Fernanda Ribeiro, maratonista, a pedir ajuda para auxiliarem uma miúda que tinha deslocado algo na perna/pé e as respostas sempre tão profissionais das rececionistas: "Fechamos agora às 21h e não temos urgência de Ortopedia. Vá a Alfena ou a Perafita" (O que é sempre bom, fácil e prático, quando se está a acompanhar uma pessoa que não consegue andar, nem aguentar grandes dores, como era o caso da miúda).
Sinceramente, até agora, só gostei q.b. do médico que nos atendeu nas Urgências de Perafita e do serviço de enfermagem deste hospital. De resto, tudo nota negativa. Até ver, não recomendo. Mas a minha opinião vale o que vale. Posso ter sido uma num milhão, mas em mim dificilmente terão uma paciente. E ainda dizemos mal do hospital público... Sim, sim, queixemo-nos.