Há coisa de duas semanas, eu e o J. fomos ver o "Spectre", o novo filme da saga James Bond. E a verdade é que as nossas opiniões divergiram - apesar de eu ter uma teoria para explicar esta divergência, que em muito pouco se prenderá com o filme. Mas disto falaremos mais à frente.
Continuando... o filme é, provavelmente o mais complexo da saga, o que, desde logo, constitui motivo de desagrado para quem não vai com grande espírito para isso. Mas, sejamos francos, um filme de James Bond que não seja exigente em termos de história, de muito pouco valerá, certo? E a verdade é que eu adorei o filme! O argumento é muito bom e inteligente e, sumariamente e sem spoilers (vês, Heidiland? :) ), explica muita coisa da saga e torna tudo mais claro e compreensível. Seria de supor que, dito assim, a coisa resvalasse para o forçado, mas não; está, de facto, bem pensado e realizado. Um exemplo disso são alguns momentos de puro silêncio, que o próprio filme tem e que acabam por se estender ao auditório. Digo-vos que é de uma tensão muito poucas vezes conseguida em cinema e isso é de louvar. Foi, de facto, incrível como se instalou um tal silêncio na sala, que o J. teve de interromper o seu processo de metódica ingestão de pipocas, porque o simples trincar era perturbador da atenção. Incrível! Adicionalmente, os momentos de ironia são de bom gosto e de um humor refinado, como eu aprecio. Gostei mesmo, acho que não dá para disfarçar. Não consegue ainda ultrapassar o meu querido "Casino Royale", mas está quase lá. Gostei mesmo muito!
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Em relação à banda sonora, e sabendo que muitos vão sentir vontade de atirar tomates podres à minha pessoa, acho que claramente é uma das melhores dos últimos anos. E não me refiro só ao Sam Smith, sendo que a música de abertura do filme é, a meu ver, muito, mas muito boa! Ao contrário de 99% das pessoas, acho que "bate" a Adele a pontos. (Pronto, é agora que me atiram com os tomates podres).
Dito isto, adorei o filme e recomendo-a a quem gostar do género. Eu, que sou seguidora de tudo o que é "Missão Impossível" e "007" estive lá batida e não me arrependi. Pelo contrário, saí mesmo muito surpreendida e satisfeita com a minha aposta. Recomendo, mas só se forem com espírito para mais de duas horas e meia de um filme complexo de James Bond. (E, by the way, foi aqui que "perdi" o Jorge. Ele estava cheio de sono e acho que foi vencido umas duas ou três vezes por frações de segundos. Foi o suficiente para também perder "o fio à meada".)
Notas:
- Mónica Bellucci - muuuuuito forçada a participação desta senhora. Totalmente dispensável!
- Daniel Craig - claramente talhado para ser o Bond. Mesmo que ele diga que já não quer continuar a sê-lo. Não sejas burro, Daniel!