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Verde Vermelho

Podia ser um blog sobre Portugal. Podia ser um blog sobre mim. Podia ser um blog sobre coisas boas e más. Podia ser um blog humorístico. Podia ser um blog a tentar ser humorístico. Podia ser um blog sobre qualquer coisa. Pois podia.

Verde Vermelho

Podia ser um blog sobre Portugal. Podia ser um blog sobre mim. Podia ser um blog sobre coisas boas e más. Podia ser um blog humorístico. Podia ser um blog a tentar ser humorístico. Podia ser um blog sobre qualquer coisa. Pois podia.

29 de Janeiro, 2016

E pois que fomos, de novo, ao cinema.

Joana

Se forem como nós, gostam de ir ver os filmes mais badalados quando começam, progressivamente, a deixar de o ser. Assim sendo, há uns dias, por sugestão do J., fomos ver o filme "A Queda de Wall Street". Para quem não está a ver de que filme se trata, é este:

(cliquem na imagem para verem o trailer)

 

A verdade é que o trailer é bem melhor do que o filme, a meu ver. Acho que o filme está bem pensado, tem uma história com muito potencial, mas é uma enorme seca. A sério, até me custa dizer isto, porque, regra geral, gosto de filmes complexos, mas este foi quase intragável para mim. É muito, mas muito complicado para quem quer perceber tudo ao pormenor e implica quase um estudo prévio da forma de funcionamento das bolsas e um conhecimento profundo da banca. Tem inúmeros termos técnicos da área financeira que são, ainda que explicados por analogias e de uma forma diferente, explicitados e introduzidos na história com uma rapidez, que nem nos permite pensar sobre eles ou tentar entendê-los com a atenção que merecem. Para além disso, em quase todo o filme o tom é monocórdico (há exceções, naturalmente) e não há, praticamente, "picos" na história, que é um pouco previsível. Não me surpreendeu, nem mostrou nada de extraordinário que eu já não soubesse. No entanto, continuo na minha - não percebi metade do filme e estou certa de que uma grande percentagem de pessoas que estavam naquela sala também não. Só para perceberem a dimensão da coisa, foi a primeira vez que adormeci numa sala de cinema. Fiquei um pouco frustrada e já me questionei se estive com a atitude certa para encarar o filme, mas acho que o problema não está em mim. Quero dar uma segunda oportunidade a este filme, um dia, em casa, quando puder ver tudo direitinho, com calma, e puder retroceder uns segundos, sempre que não tiver percebido algum conceito. 

Já o J. gostou bastante e ficou preocupado e revoltado com a banca, depois de ver o filme.

 

Portanto, concluímos que pouca coisa boa saiu daqui.

(E abdiquei de ver o "Joy" em função deste filme, não podendo estar mais arrependida. Quer dizer, se alguém me confirmar que o "Joy" é um mau filme, talvez me comece a sentir melhor.)

 

28 de Janeiro, 2016

Acabem-me com este pesadelo, por favor.

Joana

Há uns três dias que ando, de novo, com alguma contratura nas costas, especificamente nos ombros, que me tem obrigado a adormecer com o cheiro (e efeitos secundários?) de uma pomada própria para o efeito e uma botija de água quente nas costas. Não sei se por este motivo ou não, há três noites que eu sonho continuamente com a Maria de Belém. Sim, a Maria de Belém, ex-candidata à Presidência da República. Sonho com a cara dela, com a voz dela, com notícias sobre ela e com o nome dela. Não tenho motivo: não tenho lido nada sobre ela, ouvido nada sobre ela ou sequer interesse em ler, ver ou ouvir o que seja sobre ela. Ando assustada. Vou tentar mudar de pomada e optar por um gel fresquinho ou alguma coisa mais leve, que não atue sobre a minha consciência. Sim, porque isto só pode ser da pomada, certo?

 

Caraças, para o que me havia de dar agora...

 

 

27 de Janeiro, 2016

As palavras numa relação.

Joana

Entendo que a cumplicidade de um casal seja muito diferente da de outro. Entre os dois elementos gera-se, com o tempo e a partilha, uma forma natural e única de trato, que acaba por ser a marca dessa relação. No entanto, tal como para tudo o resto, também aqui tem de haver limites quanto às linguagens e às formas de lidar com as questões mais ou menos sensíveis. Talvez por uma questão de idade, me esteja a tornar mais crítica. Ou não, porque, no fundo, há coisas de que nunca gostei e de que continuo a não gostar. Hoje tomo por exemplo as palavras. Há coisas que, entendo, nunca se devem dizer ou chamar a quem se ama, por mais que tenhamos confiança com essa pessoa. Ouço muitas vezes, a palavra "estúpido/a" dita em tom de brincadeira entre um casal e detesto. Talvez haja quem goste, mas não é, certamente, o meu caso. Outras que me ofendem particularmente são "parvo/a" e a palavra "cala-te". Exemplos simples de algo que sempre fui habituada a nunca dirigir a quem amo e que, por isso, me magoariam sempre muito, mesmo se ditas em tom de brincadeira.

 

Talvez me achem muito sensível ou esquisita (acertaram na primeira), mas é assim que sinto as coisas, que fazer?

 

E vocês, têm alguma palavra que não tolerem nas vossas relações?

 

 

 

 

21 de Janeiro, 2016

O lado da blogosfera que me desanima.

Joana

É difícil (impossível?), nos dias de hoje, eu conseguir idealizar um dia normal sem ter de recorrer à internet. Fora a grande necessidade em termos de trabalho, também para as pequenas coisas do dia a dia recorro a ela com relativa normalidade. Não me considero dependente, mas é já uma ajuda essencial de que, podendo, prefiro não abdicar. No entanto, quando me sirvo da internet para relaxar ou pesquisar alguma coisa, quase sempre acabo em blogues - os pontos de vista pessoais interessam-me, regra geral, mais do que uma simples exposição objetiva de informações, talvez por isso. E tenho dado por mim, cada vez mais, a ter um comportamento semelhante: a rapidez com que entro nos blogues e os começo a ler é quase sempre inferior à velocidade a que saio deles e penso nunca mais voltar. 99% das vezes o motivo é o mesmo: a língua portuguesa maltratada. Ou saltam imediatamente à vista erros ortográficos, ou construções frásicas descabidas e nada revistas, ou vocabulário impróprio, ou formas de tratamento infantilizadas ou o mais que o valha. E questiono-me: as pessoas têm noção do que e de como escrevem? Os autoproclamados bloggers sentem que têm ali material que justifique terem um blogue? Os leitores do blogue serão todos assim também? Serei eu demasiado exigente?

Enfim, seja o que for, a verdade é que eu não sigo assim tantos blogues por acaso. Só gosto de ler coisas bem escritas e que revelem cuidado e gosto. Os conteúdos podem ser mais ou menos interessantes, mais triviais ou complexos, mas, sabendo eu de antemão com o que contar e conhecendo minimamente o perfil de quem ali escreve, é difícil que deixe de seguir quem sempre levou a coisa com os padrões de exigência mais ou menos semelhantes aos meus.

Contudo, a maior das questões manter-se-á sempre: Por que carga de água são esses blogues fracos em quase todos os aspetos os que mais visibilidade / sucesso / leitores / ... têm? O que acham vocês disto?

 

 

19 de Janeiro, 2016

Janeiro de 2016.

Joana

Está a haver demasiadas mortes seguidas neste início de ano, ou é só impressão minha? Todos os dias acordo com as notícias da rádio a anunciar que alguém morreu. Não me lembro de uma sucessão tão seguida como esta e estou assustada.

 

 

19 de Janeiro, 2016

Ontem falava-se de hoje.

Joana

Não raras vezes, quando vou de regresso a casa, ao fim do dia, e apesar de a distância ser curta, ouço no carro o programa "Prova Oral", na Antena 3. Sempre gostei de programas falados que a mim, ao contrário do efeito que exercem noutras pessoas, me acalmam bastante ao fim de um dia especialmente stressante. Os temas nem sempre têm o mesmo nível de interesse, mas particularmente ontem gostei do que ia a ouvir. Falava-se das gerações e das diferenças que as passadas têm em relação às presentes. À primeira vista, pode parecer um tema muito "batido", mas foram ditas coisas muito interessantes e óbvias sobre as quais, admito, nunca tinha refletido com especial atenção. A ideia de que esta geração será muito inteligente e responsável por grandes descobertas científicas parece unânime. Há muita coisa má, é certo, mas há muita, mas muita gente boa, capaz, bem formada e de valor.

 

Um ponto de que se falou e que me captou especial atenção foi o facto de a minha geração (dos 30 e picos, para quem não me conhece bem...) ser a geração da reflexão, enquanto que a de hoje é a geração da reação. Mais verdadeira esta assunção não podia ser. De facto, à geração de hoje falta muita capacidade de reflexão sobre as coisas e a auto-crítica é quase inexistente. Hoje, as crianças e jovens não se detêm num assunto, refletindo sobre ele. Por exemplo, leem um texto e não pensam sobre ele, parecem umas máquinas a responder apenas ao que for pedido sobre esse texto. No entanto, esta é uma geração que apenas reage ao que vê, se isso não lhe agradar. Se for consensual, pouco se mexe. Fiquei a pensar nesta análise e cheguei à conclusão de que isto é a mais pura das verdades.

 

Outra questão que se colocou foi a perceção do tempo. Hoje em dia, os jovens têm a noção de que o tempo não lhes chega e, por isso, ao invés de se conseguirem concentrar bons minutos ou horas num assunto, eles aprendem a viver de forma fragmentada, captam e emitem a informação "aos pedaços", ao ritmo que a vão recebendo. Isto muito tem a ver com o facto de as fontes de informação serem, atualmente, tantas, que contribuem de forma decisiva para a dispersão. E dei por mim a refletir sobre isto. De facto, hoje em dia, sinto-me, por vezes, tão assoberbada por informação vinda de todos os lados, que não me consigo focar inteiramente numa só. Estranhamente, nunca tinha pensado nisto de uma forma tão prática. Mesmo não pertencendo à geração presente, sou influenciada, em parte, por este fenómeno. Eu e vocês. aposto. Tenho grande capacidade de concentração e considero ter um espírito crítico apurado (nota-se, acho...), mas admito que, por vezes, perco "o fio à meada", por receber tantos dados, de uma só vez, vindos de tantas fontes diferentes. 

 

Aposto que o programa teve muitos mais pontos de interesse, mas já não fui a tempo de os ouvir na totalidade. Se tiverem curiosidade em saber mais, podem ouvir a emissão aqui. Para mim, que sou fascinada por estas reflexões e pelo modo como o nosso cérebro trabalha, teria sido muito difícil não ficar colada à rádio e deixar de pensar nisto pouco depois de a emissão ter acabado. Coisas minhas, eu sei. Mas se também partilham deste meu gosto, ouçam lá, que vão gostar, e deixem a vossa opinião.

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