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Verde Vermelho

Podia ser um blog sobre Portugal. Podia ser um blog sobre mim. Podia ser um blog sobre coisas boas e más. Podia ser um blog humorístico. Podia ser um blog a tentar ser humorístico. Podia ser um blog sobre qualquer coisa. Pois podia.

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Podia ser um blog sobre Portugal. Podia ser um blog sobre mim. Podia ser um blog sobre coisas boas e más. Podia ser um blog humorístico. Podia ser um blog a tentar ser humorístico. Podia ser um blog sobre qualquer coisa. Pois podia.

30 de Janeiro, 2017

Os maridos são os nossos melhores amig... espera!

Joana

Passei o fim de semana com uma crise de coluna. Daquelas valentes, que nos deixam prostrados em casa, estão a ver? Vai de o meu querido marido, num momento do pior dia de dores, me apreciar a andar, vinda da casa de banho, e dizer, com aquilo que naquele dicionário muito próprio dos homens deve querer significar "amor", "carinho", "compreensão" ou algo do género o seguinte:

 

"Pareces a Maria Leal, amor."

 

E reproduziu seguidamente aquele abanicar de cabeça dessa grande diva da música pop-porno com laivos de pessoa possuída por elementos extraterrestres, enquanto conjuga tudo isso com movimentos robóticos de corpo. Ou seja, isto:

 

 

Sim, o meu querido marido pensou que assim me animava e que fez o melhor por mim. Não corresponde.

 

Homens, aprendam coisas. Eu estou cá a dar-vos as dicas todas para não se meterem em trabalhos; não digam que não têm aqui uma boa amiga. Apesar de tudo, e nesta situação em particular, um bocadinho de piedade talvez caísse melhor. Fica a dica. E pode ser que o J. passe por aqui e perceba a mensagem. Sempre é mais um homem a ser ajudado e a evitar despesas e dores de cabeça com um divórcio.

 

28 de Janeiro, 2017

As crianças dão-nos 10 a 0 em tanta coisa.

Joana

Uma aluna minha, com os seus 10 anos feitos há dias, perante a constatação de que não percebia uma matéria muito específica, que exigia tempo de explicação (que eu não tinha) e bastante de prática, entrou em total modo de ansiedade, que quase começou a chorar de desespero, apesar de ter tentado disfarçar perante dois colegas com quem estava a estudar. A causa é o ser exigente demais consigo mesma e de não querer nunca tirar más notas. Por mais que a tenha tentado fazer perceber que não podemos sempre ser brilhantes ou exigir de nós mesmos o que não é possível, se não há espaço temporal para isso, ela despediu-se de mim com o semblante mais pesado do mundo, como se tudo estivesse perdido. Pedi, entretanto, a uma colega que me arranjasse alguns apontamentos que explicassem da melhor forma, dentro do que é possível, a matéria e reencaminhei-as para a aluna, para que desse uma vista de olhos e se sentisse mais segura para o dia seguinte.

Regressei a casa com alguma tristeza, por não ter conseguido tempo para a ajudar, mas tentei relativizar e pensar que tínhamos feito o melhor por ela, dadas as condicionantes de tempo.

No dia seguinte, estava já a aluna instalada a estudar, chega um dos colegas que estava com ela no dia anterior e que tinha assistido ao seu desespero. Ele, que está um nível escolar à frente dela, tira um caderno e um livro da mochila e diz-lhe:

 

- Toma, L., trouxe o meu caderno e o meu livro do ano passado para te ajudar a estudar a matéria em que sentiste dificuldade. Tens aí exercícios resolvidos e as explicações todas tim-tim por tim-tim.

 

Fiquei embevecida (quase emocionada) com a atitude  e elogiei muito o rapaz e a iniciativa totalmente espontânea de ajudar a amiga. Dela recebeu um enorme "Obrigada!", um passou-bem em tom de brincadeira e um "És tão prestável... És mesmo um bom amigo, J!".

 

Digam-me se nós não aprendemos com as crianças. Pode até correr tudo mal, mas depois, do nada, surgem estas lições. Andamos neste mundo a pensar que sabemos tudo e, às vezes, nao percebemos é nada disto. Eu recebo sempre qualquer coisa destes miúdos, todos os dias. Dão-me muito cabo da paciência e 90% dos meus (muito poucos) cabelos brancos devem-se a eles, mas... adoro-os e aprendo muito com eles! E fico mesmo um pouco mais rica todos os dias por isso.

 

 

27 de Janeiro, 2017

Se não sabemos, não troçamos. De acordo?

Joana

Ouvi hoje na rádio o tema "Scratch my back", da Aurea, e lembrei-me de repente da minha indignação com algumas pessoas, há alguns anos, quando esta música saiu e se tornou recorrente nas rádios. Recordo-me que, de repente, toda a gente troçava desta música por, aparentemente, dizer "Coça-me as costas". De início, achei graça, porque pensei que as pessoas pudessem estar a brincar com a situação e a tradução literal teve por isso, e até certo ponto, piada. Deixou, no entanto, de a ter, quando me comecei a aperceber que as pessoas não estavam a troçar, mas acreditavam, de facto, que era isso que a letra queria dizer. E gozavam com a Aurea e com a música portuguesa.

 

Eu convivo bem com o facto de não termos todos a mesma formação ou conhecimento sobre as coisas - das mais mundanas às mais rebuscadas. Mas não sei lidar com este tipo de ignorância que troça porque os outros o fazem e porque acha que tem piada seguir incondicionalmente e de olhos fechados quem o faz e (acha que) consegue destacar-se com isso. Para mim, até consegue - mas não no lado positivo. Não gosto da ignorância. E não são precisos cursos ou douturamentos, porque há muita gente formada pelos livros e muito pouco pela vida, que falha constantemente em princípios básicos de convivência. Não gosto que não haja curiosidade em perceber as coisas, em tirar dúvidas e em questionar o que os outros nos dizem. A cultura que me importa é, de facto, a do respeito e cidadania, menos a dos livros. E aqui, claramente, eu fico a perder, porque dou conta que aquilo que mais valorizo está em clara desvantagem para aquilo que os outros valorizam. E como é triste perceber que a humildade de não saber dá tantas vezes lugar à mania que se sabe. É só fazer uma pergunta adicional "fora do baralho" e é ver toda esta "construção" a desmoronar-se pelas mãos de quem a quis erguer à viva força.

Triste.

 

23 de Janeiro, 2017

Frio, frio, frio.

Joana

Eu ando cheia de frio. Ando SEMPRE cheia de frio. A minha profissão obriga-me a estar bastantes horas sentada, sem grande movimentação, o que, para uma pessoa como eu, é sinónimo de enregelamento, por mais aquecedores que estejam ligados. [Ok, normalmente é só um, mas mesmo assim.] Eu sou mesmo muito friorenta e, não bastasse a minha compleição física ser já por si só a puxar para o franzininho, ainda sofro por ter uma profissão que não me ajuda particularmente a aquecer (a não ser o cérebro). Preciso de mais de três camadas de roupa para me aguentar e uma boa força mental para enganar o corpo e fazê-lo pensar que não está assim tão mau e que o frio é, em parte, psicológico. Não tem resultado, mas pelo menos tento. O problema maior são as mãos e os pés. Posso estar a usar luvas e dois pares de meias, que a coisa nem assim vai lá. Chega a um ponto ridículo em que estas partes do meu corpo me começam a doer (mas a doer mesmo!) e em que fico com parte de alguns dedos branca, de tão má que a minha circulação é. Assustador, na verdade, mas, já dizia a outra senhora "Que fazer?". É melhor aceitar a minha condição de fraquinha e avançar.

 

 

 

E outra coisa: se mais alguém me diz, como já me disseram uma vez, que eu sou uma "falsa magra" e tenho mais gordura do que penso, leva um estalo. Se isso fosse verdade, sentir-me-ia mais quente todos os dias e não pareceria um esquimó em comparação com meio mundo que anda de blusas fininhas e lencinhos leves ao pescoço. Ah, e fico stressada e rezingona com o frio, para quem ainda não se deu conta disso. Fica o alerta.

 

 

20 de Janeiro, 2017

Vamos lá ser um bocadinho dramáticos?

Joana

 

Não foi perfeito. Não agiu sempre bem. Mas fez muito. Mudou. Marcou. E não ficou apenas pela política.

Não há dúvidas que o mundo como o conhecemos irá mudar a partir de hoje. Bastará pensar que esta pequena bolinha azul passará a contar com Putin, Kim Jong-Un, Mugabe e Trump - entre muitos outros - como seus "comandantes". Isto vai correr bem. Vai, não vai?

 

Goodbye, Mr. Obama. It was a pleasure.

 

19 de Janeiro, 2017

Isto é um jogo.

Joana

As mulheres são complicadas, mas os homens não são menos. Perante um percalço, acho que genericamente nós somos muito mais calmas do que eles. Por vezes, sou exagerada, confesso, e esse é um defeito que realmente me esforço por mudar. Mas dou conta que o J., por exemplo, fica muito mais alterado e nervoso quando alguma coisa sai do ritmo normal do que eu. Será questão de género? Não sei. O facto de eu ser mais calma e otimista por vezes "choca" com quem o não e, não tão raras vezes como poderia pensar e desejar, até chega a ser visto como sinal de inocência. Já falei disto algumas vezes com as minhas pessoas e cheguei a esta conclusão, que muito me surpreendeu (já alguma vez tinham pensado nisto?).

 

Outro dia falava-se aqui na blogosfera do Sapo sobre isso mesmo - sobre as diferenças nos convívios com os outros. Não gosto muito de "dourar pílulas" e sou bastante objetiva quando entendo que o devo ser, que é o caso. A verdade é que as adaptações nunca são fáceis, digam o que disserem. Mas são totalmente possíveis, isso sim. A verdade mais nua e crua é que é nos momentos mais tensos que se percebe se somos ou não capazes de fazer esse ajuste. Eu e o J. já vivemos algumas situações complicadas e suplantámos sempre tudo, porque somos imensamente amigos um do outro e porque estamos a "crescer" juntos (parem já com esses pensamentos pecaminosos!) e a aprender a gerir as emoções, os tempos de cada um, os "taus", as conquistas, as alegrias e os momentos menos bons, quando os há. Somos bastante diferentes e muito iguais em muitas coisas. Se o truque está no equilíbrio, acho que estamos bem. Se está noutra coisa qualquer, também não devemos estar mal de todo, porque estamos cá para contar.

Em relação a amizades, passa-se exatamente o mesmo. Não sei se pelas diferenças ou pelas semelhanças, já perdi uma amizade muito forte há uns anos e, pelo caminho, já ganhei outras que não esperava. Já fiquei bastante incomodada com atitudes de alguns amigos e muito orgulhosa dos gestos de outros. Enfim, também aqui se cresce e há constantes ajustes a fazer.

Vista à distância, a vida parece mesmo um jogo de estratégia, às vezes. E olhem que ninguém nos ensina as regras, por isso vencer isto é mesmo de valor.

 

E vocês, como se estão a dar neste jogo?

18 de Janeiro, 2017

Quando um trabalho te "desperta" para novos interesses e o teu dia não tem 36 horas.

Joana

Estava aqui a fazer uma pesquisa para umas aulas que estou a preparar para uma pessoa de origem hispânica e, ao investigar as principais diferenças entre as línguas e os motivos que justificam as diferentes evoluções, quando a origem é a mesma, dou por mim de repente fascinada pelo Castelhano. Aparentemente, não me bastam já os 317 desafios diários atuais que tenho... ainda preciso do 318º.

Sou bastante curiosa e gosto muito de perceber as coisas. Mas depois comprometo aquilo que mais me faz falta - o tempo para mim - e acho sempre que consigo mais uma. Tenho de ir afinar estes travões que, quando der conta, já estou metida noutra empreitada e ninguém me segura ao fim do dia. Esperemos que ganhe juízo entretanto.

 

 

 

 

16 de Janeiro, 2017

A visão dos homens.

Joana

Os homens têm uma visão hiper apurada se passar um Lamborghini todo artilhado, modelo Lion-S3V12-Rx8-GT-e-troca-o-passo, mas não têm a capacidade de encontrar um queijo - um simples queijo! - num frigorífico. Mas têm razão: quem nos manda a nós, mulheres, não deixarmos 30 post-its a apontar na direção daquele elemento minúsculo que não ronca e não anda a 400 Km à hora e, adicionalmente, a não colocar uma setinhas com luzes a piscar em direção ao queijo? Estamos mesmo a pedir problemas, não estamos?

 

Enfim... vivamos e aprendamos.

 

12 de Janeiro, 2017

Livrem-se de perder este filme no cinema.

Joana

E refiro-me a "Beleza Colateral".

 

 

Isto não é um filme; é um filmaço com um murro no estômago e com grandes lições a aprender.

 

Não me quero estender muito numa descrição sobre o que trata este filme ou sobre os porquês de não o deverem perder. Digamos simplesmente que trata da vida. E de tudo o que lhe dá valor - o óbvio e tudo o que é, de facto, colateral. E há tanto, mas tanto que não somos capazes de ver... E é isto. E isto vale muito a pena.

É daqueles filmes que nos transporta para o que está a ser vivido, nos envolve, nos "abana" e nos deixa sair da sala de cinema com lágrimas nos olhos, que tanto sabem a sal, como a açúcar. E, mais do que tudo, é daqueles filmes que ficam a ecoar na nossa cabeça muitas horas depois de já termos visto o seu final. Talvez porque não haja final.

Posso dizer que chorei muito no cinema a ver este filme - algo TOTALMENTE inédito em mim. Choro imenso em casa, mas nunca me lembro de o ter feito numa sala pública. É realmente bom e entrou diretamente para a lista dos melhores filmes que já vi. Talvez a fase da vida seja mais propícia a apreciá-lo de forma diferente, talvez a realidade esteja a surgir com novos medos. Seja pelo que for. Vão. A sério, vão.

 

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