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Verde Vermelho

Podia ser um blog sobre Portugal. Podia ser um blog sobre mim. Podia ser um blog sobre coisas boas e más. Podia ser um blog humorístico. Podia ser um blog a tentar ser humorístico. Podia ser um blog sobre qualquer coisa. Pois podia.

Verde Vermelho

Podia ser um blog sobre Portugal. Podia ser um blog sobre mim. Podia ser um blog sobre coisas boas e más. Podia ser um blog humorístico. Podia ser um blog a tentar ser humorístico. Podia ser um blog sobre qualquer coisa. Pois podia.

29 de Abril, 2017

Destralhar o pensamento?

Joana

Eu cá sou pessoa de poucos complexos. A sério que sim. E também já me deixei de ter preconceitos com algumas coisas, como músicas, livros, arte e tudo o que se traduza em opiniões contraditórias em relação a algo que tende a ser consensual. Estou, bem ditas as coisas, a marimbar-me para o que os outros possam achar, até porque esta caminhada já me foi ensinando que muitas (a maior parte?) das vezes estou a dizer o que os outros pensam, mas não admitem ou querem admitir. Como já não tenho paciência para hipocrisias, prefiro deixar-me de "filtros".

 

Este desabafo surge-me, porque dei por mim a pensar que realmente esta coisa da idade nos traz um lado muito bom à nossa vida - a descomplicação. Essa mania adolescente do querermos continuamente agradar estende-se tempo demais nas nossas vidas e acho mesmo que apenas a maturidade dos trintas e tais nos muda um pouco a perspetiva das coisas. "Destralhar" parece ser a palavra da moda em termos de decoração e energias e mais não sei o quê. Eu cá acho que a primeira grande aplicação deste conceito deverá mesmo ser a nossa cabeça. Aprender a simplificar e a relativizar traz paz de espírito e ensina-nos a ganhar distanciamento e perspetiva. Cada vez mais vamos ouvindo histórias de perdas, acidentes, crimes, guerras, etc. Se formos a colocar tudo no mesmo armário, mais cedo ou mais tarde ele vai rebentar pelas costuras.

 

Isto aconteceu-me há umas semanas. A dose de emoções e preocupações foi tão grande e deixei-me assoberbar de tal forma pela falta de tempo para tudo o que precisava, que me senti incapaz de aguentar tamanha dose e o "sistema" foi mesmo abaixo. Recompus-me e cá estou de novo. Aprendi a lição. Parei. Afastei-me uns dias. E recomecei. Mas isto só lá foi com uma grande reorganização do armário. Destralhei, no fundo. Fiz as limpezas da primavera à cabeça, deitei umas quantas coisas fora e voltei a ganhar espaço para o que importa. E estou outra.

 

Esta coisa de sermos adultos não é nada fácil, mas é sempre possível baixar os níveis do complicómetro. Às vezes, ésquecemo-nos disto. E de que ele existe. O que vale é que a nossa cabeça não.

 

 

13 de Abril, 2017

Tirem lá esse quadro lascivo do meu quarto!

Joana

Numa curta passagem por algumas lojas de mobiliário e decoração - numa vã tentativa de encontrar algo de jeito e ganhar ideias para a nossa casa - apercebi-me que é recorrente ver-se quadros muito foleiros de mulheres nuas em posições estranhas ou a fazer coisas demasiado sugestivas nos showrooms de quartos destas grandes empresas. Por si só, as pinturas - regra geral - são de má qualidade (ou nenhuma) e quem as "pintou" claramente falhou as aulas de desenho em perspetiva, porque quase sempre os modelos das telas estão em posições só possíveis se tiverem partido o pescoço ou encontrado um exorcista pelo caminho. Não bastasse isto, ainda estão a realizar ações sugestivas de cariz sexual, sozinhas ou acompanhadas, sendo que as mulheres ganham notoriamente neste campo, nestes quadros.

 

Ora bem, eu vejo isto e ponho-me a pensar quem, no seu perfeito juízo, pagará por estas belas obras de arte, pensando expô-las no seu quarto, provavelmente mesmo acima da cabeceira da sua cama. Quem quererá imagens de qualidade duvidosa, representando cenas ainda mais duvidosas, num local íntimo e acolhedor como um quarto. Alguém que, claramente, estará já bastante cansado e sem pachorra para andar muito mais para encontrar um quadro, espero.

 

Quero acreditar que vejo muitas vezes estes quadros nestes expositores porque ninguém os compra. Se assim for, a minha perplexidade transforma-se rapidamente em satisfação e orgulho pelo bom gosto português.

Vou acreditar que é isto e só isto.

Com muita força.

A bem da decoração nacional.

 

 

 

12 de Abril, 2017

Andas para aqui com trinta e uma coisas e para quê?

Joana

A minha pele do corpo é bastante seca. Sou daqueles espécimes que, se não puser creme todos os dias, viro lixa. Por isso, ou bem que cumpro a rotina, ou bem que a coisa piora. Tenho bastantes cuidados, mas, por vezes, não consigo respeitar a rotina e falho. A minha preocupação com a hidratação é constante, mas não chega. Andei a experimentar múltiplas coisas ao longo dos últimos meses para esfoliar a pele do corpo. Constatei que tudo foi um pouco em vão. Ou sou alérgica a certos componentes, ou a pele fica seca demais, ou os produtos pouco mais têm e fazem do que ter um ótimo cheirinho, ou outra coisa qualquer. Não houve até hoje resultados satisfatórios. Até hoje, digo bem.

 

Acordei cheia de sono e com pouca disposição para tudo, por isso comecei a preparar-me para o meu habitual banho sem grandes ideias. Lembrei-me, entretanto, de ir à lavandaria buscar um toalha que estava a secar e, ao olhar para o açucareiro, ocorreu-me colocar algum açúcar num recipiente, para depois fazer uma leve esfoliação durante o banho, porque tinha desistido recentemente do meu último esfoliante. Lá fui, cheia de sono, enfiar-me no chuveiro e, na altura do gel de banho, ocorreu-me vertê-lo no recipente do açúcar e misturá-lo com os grãos. Lá comecei a esfoliação e, para além de ter despertado de imediato pela ativação da circulação - que, em mim que sou branca como uma lula, se traduz numa vermelhidao que parece que adormeci ao sol, mesmo se for leve - posso dizer que fiquei com a pele tão, mas tão suave, que não me lembro de alguma vez ter conseguido tamanha proeza. Não sei porquê, nunca me tinha ocorrido tentar o lado caseiro da coisa, mas não vou por qualquer outra opção, de agora em diante. 

 

Morais da história:

 

- As boas ideias chegam-me quando estou perdida de sono e sem disposição para falar ou sequer para abrir os olhos.

- Às vezes, as soluções estão mesmo na minha cara e eu nem dou por elas.

- Não voltarei a menosprezar o poder de um cérebro (o meu especificamente) inebriado de sono.

 

 

11 de Abril, 2017

Vamos então todos parar um pouco e refletir.

Joana

Sobre os "incidentes" em Espanha, uma encarregada de educação que, por acaso, calha de ser também uma representante da Associação de Pais de uma escola, disse esta pequena, mas poderosa maravilha.

Calemo-nos, pois, e refiltamos sobre tão sábias palavras.

 

(E depois vamos espairecer, para tentar esquecer.)

 

 

E eu cá acho que uma mesa de cabeceira com uma estátua num elevador merecia um bom par de chapos, mas isso sou eu, que sou antiquada. Não vamos agora "equacionar certas coisas", que é lá isso? A senhora diz que é engraçadíssimo e, assim como assim, eu não tenho dinheiro para pagar um hotel em Fátima - sobretudo neste ano. Deixemos, pois, ficar tudo assim. Sem mexer, sem tocar. Reflitamos, apenas.

 

 

 

 

 

 

11 de Abril, 2017

Se é adulto e tem muito tempo para si, parabéns! Esse é o seu Euromilhões!

Joana

Nesta semana de Páscoa, estou a trabalhar a meio gás. Decidi fazê-lo, antes de mais, porque a situação o permite, mas muito pela necessidade de impor a mim mesma algum tempo. E eis o que mais me falta neste momento: tempo. Se há coisa que sinto que a vida que levo me está a roubar é este espaço que antes tinha e vejo cada vez mais a desaparecer. Sei que poderia pôr um travão a algumas coisas, mas também tenho a perceção de que se não apostar agora, enquanto não há filhos e situações mais complexas, talvez nunca o faça. A parte má da coisa é que eu não sou sempre forte nem otimista - ao contrário do que 90% das pessoas que lidam comigo pensam - e há fases em que me vou bastante abaixo, por perceber que a profissão limita tudo o resto - a vida de casa, o tempo para mim e para a minha família. Nos momentos de maior desgaste, sinto-me mesmo "presa" e não consigo lidar bem com isso.

 

Ou seja, neste momento todos os pequenos instantes de pausa são importantes instantes de pausa. Se até final deste ano letivo - após este pequeno intervalo - não vou querer abrandar muito o ritmo, sobretudo nesta fase do ano, estou decidida a mudar algumas coisas a partir de setembro, nomeadamente não deixar que isto mantenha o padrão atual e que acaba por mudar - e muito! - todas as rotinas de casa - minhas e dos outros. Vai daí, estou a dedicar estes poucos dias a fazer o que tenho continuamente adiado - por ironia, também trabalho. Mas sobretudo casa: planeamento de refeições, compras, limpezas sem pressas, reposição de stocks, enfim... uma série de pequeninices, para as quais nunca tenho tempo e disposição e que me deixam muito satisfeita quando as consigo concretizar.

 

Se ontem foi dia da (primeira parte da) primeira investida nas limpezas e arrumações em casa, hoje o dia começou com arrumações na cozinha e com encomendas online de material de escritório - para a empresa, lá está. Acabei de a terminar e vou agora tratar da reposição do stock alimentar cá de casa. Depois é chegar, arrumar tudo, preparar o almoço, ir para a empresa tratar de contabilidade, fazer a limpeza semanal do espaço e ao final do dia ter uma aula e participar noutra, ambas de alguma exigência. Saída de lá, irei ao ginásio negociar algumas condições de frequência e, se ainda respirar, conto ainda preparar o jantar e regressar aqui ao meu amigo computador e organizar umas quantas (centenas de) pastas e documentos que se perderam por entre memórias externas e afins aquando do falecimento do meu antiguinho portátil e da mudança para o atual. Este é o plano. Vamos lá ver como me corre. E isto em período de meio gás. Imaginem se não fosse.

 

Acho que nunca senti tanto o peso da vida adulta. E isto ainda pode piorar, tenho a perfeita noção disso. Penso e repenso na situação e sei que organização tudo se consegue, mas... e tempo para organizar o tempo?

 

Digam-me que não sou só eu a pedecer deste mal.

 

 

É isto. Estão comigo?

 

10 de Abril, 2017

Fenistiiiiiiiiiil.

Joana

Ah, a leve sensação de começar uma segunda feira com más notícias no trabalho. Uma semana de sol a iniciar-se com a prova provada de que as pessoas são mentirosas, não querem trabalhar e estão-se a marimbar para ti e ainda to esfregam na cara. Um belo dia de primavera com a constatação de que és, de facto, um ser humano muito paciente e controlado, caso contrário já estarias a ligar à pessoa que não teve coragem de admitir a verdade e te tomou por parva, enviando palavras demasiado cordiais através de um cobarde email, e dir-lhe-ias umas quantas verdades. Que beleza.

 

Boa semana para mim, então.

 

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07 de Abril, 2017

O fim e o princípio.

Joana

Na mesma semana em que faleceu uma pessoa amiga, nasceu um bebé de outra pessoa amiga. Sim, no mesmo conjunto de dias em que chorei de tristeza, emocionei-me de alegria. Se isto é bom? Não sei. Se isto é mau? Não sei. Mas que não está a ser fácil gerir a consciência e os sentimentos, lá isso não.

 

A sério, lei das compensações... tinhas mesmo de te fazer ver na mesma semana?