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Verde Vermelho

Podia ser um blog sobre Portugal. Podia ser um blog sobre mim. Podia ser um blog sobre coisas boas e más. Podia ser um blog humorístico. Podia ser um blog a tentar ser humorístico. Podia ser um blog sobre qualquer coisa. Pois podia.

Verde Vermelho

Podia ser um blog sobre Portugal. Podia ser um blog sobre mim. Podia ser um blog sobre coisas boas e más. Podia ser um blog humorístico. Podia ser um blog a tentar ser humorístico. Podia ser um blog sobre qualquer coisa. Pois podia.

31 de Agosto, 2017

Figos e amoras silvestres.

Joana

Sou tão feliz rodeada por eles. Ali, na árvore a olhar para mim e a lançar aquele perfume só deles ou além, naquele arbusto escondido, mesmo à minha espera, entre dezenas de picos prontos a atacar-me. É, talvez, das melhores recordações de todos os meus verões. E é (também e muito) por isto que eu adoro o verão.

 

(Já estou na cidade e estou em processo de negação quanto à velocidade atroz com que o verão se está a aproximar do seu fim. Compreendam a minha dor.)

 

 

26 de Agosto, 2017

2 ou 70 Euros?

Joana

A moda está toda tão virada do avesso (para não dizer coisas como "marada), que eu há dias vi um rapaz com uns 14 ou 15 anos vestido com calções e t-shirt de marca e uns chinelos de piscina (daqueles azuis marinho com duas listas brancas, estão a ver?) e fiquei a pensar se aquele calçado seria mesmo um de dois euros dos chineses ou um de setenta euros dos de marca. No fundo, não percebi se era simplicidade ou moda, se era humildade ou opulência.

 

Aparentemente, é este o ponto em que estamos.

 

 

(Tenho para mim que não estará para tardar a moda de usar isto com meia branca.)

 

 

 

18 de Agosto, 2017

Facebook detox.

Joana

Já há bastante tempo que eu sentia que estava a ser demasiado "absorvida" pelas redes sociais. Chateava-me dar conta que passava mais de 15 minutos por dia nas redes à conta de um smartphone que me facilita todos os acessos a tudo o que é aplicação social e, bem filtrado tudo, pouco ou nada isso me deu de bom. Comecei a perceber que, ao invés de me descontrair, me estava a encher a cabeça com futilidades e ninharias que ainda contribuíam para eu pensar que a minha vida não era, por comparação, tão boa como efetivamente é. Por isso, tomei a decisão definitiva de começar aos poucos a desligar-me das redes. O primeiro grande passo foi desinstalar o Facebook do telemóvel. Eu sei que é uma coisa pequena - ridícula para alguns, até, de tão pequena que é -, mas é um passo. E isso conta bastante para mim, pois já estava a sentir os primeiros indícios de uma leve dependência, o que me assustou bastante. Passaram já três dias desde a decisão e a ressaca quase nem se fez sentir. Não pretendo desligar-me de todo da rede, até porque a net é fundamental para a vida da minha empresa, mas tudo pode ser tratado um pouco mais à distância. A conta de Facebook permanece ativa, mas apenas consultável através de computador.

 

Seja como for, é já um princípio e senti-me realmente bem a arrastar o F maiúsculo para o símbolo do caixote do lixo, sem pensar duas vezes. Um passinho de cada vez e isto vai.

 

 

 

16 de Agosto, 2017

Hello? National Geographic Channel?

Joana

Caiu um andor em Lousada, com 22,5 m de altura e que pesava uma tonelada e meia.

Um andor. Com uma altura equivalente a um prédio de 7 andares. E com uma tonelada e meia de peso.

Caiu quando, ao descer uma escadaria, os quase oitenta homens que o carregavam, não o conseguiram sustentar.

 

Fora toda a lógica ou falta dela nestas questões de "fé", nada mais me apraz dizer, para além de uma simples palavra: Física.

 

Entra diretamente para o Science of Stupid, do National Geographic Channel - e com distinção.

 

 

Tirem as vossas próprias conclusões.

 

 

14 de Agosto, 2017

Coisas que o nosso homem nos diz e não deveria dizer.

Joana

Ora bem, logo à partida, este título daria pano para mangas. Mas vamos tentar ser breves, como será apanágio deste blogue, durante o mês de agosto.

 

O J. é romântico à sua maneira. Ou seja, não é a pessoa mais sensível do mundo, mas não faz por mal. O problema está, essencialmente, nos timings. É pessoa para estar a falar do nosso amor, dos passarinhos e de boas memórias dos primeiros tempos de namoro e depois, quando eu já estou enlevada e começo a entrar nessa onda, ele sair-se com uma tirada do género "O presunto do lanche era uma maravilha". Não é a coisa mais fofinha do mundo, mas aguenta-se.

 

Serve esta breve introdução para vos dizer que ontem, quando estávamos com o nosso cão a passear e a contemplar o que de melhor a aldeia tem, e o J. estava a começar a entrar em modo romântico e eu a deixar-me ir, se sai com "Estás a ficar com branquinhas". Eu disse algo como "Sim, eu sei.". E pronto, a conversa poderia - e deveria! - ter ficado por ali, mas o meu caro marido ainda fez questão de acrescentar: "Mas é que são mesmo muitas. Olha aqui... tantas!". Pronto, viemos o resto do caminho em silêncio.

 

Homens, a sério: não digam tudo o que pensam e parem quando vos aconteceu um primeiro deslize - não insistam. Não precisamos que nos relembrem que estamos a envelhecer e que somos muito piores nessa missão do que vocês. Lembrem-se que as mulheres, regra geral, acham as vossas brancas sexys e as vossas rugas charmosas. Façam de conta que o contrário também é verdade e serão muito mais felizes.

 

07 de Agosto, 2017

Mas quem sabe mais das minhas rotinas do que eu própria?

Joana

Andamos, como sabem, a fazer algumas remodelações em casa e, como somos gente poupadinha, grande parte dessa tarefa está - literalmente! - nas nossas mãos. Ou seja, tudo o que sejam decisões do âmbito das pinturas e decoração está a sair-nos apenas da nossa cabeça (e bolso!). Apesar disso, somos pessoas que gostam de pedir e ouvir opiniões e sugestões a quem possa mostrar perceber alguma coisa da poda. No entanto, temos também a noção de que muitos "profissionais" têm centenas de ideias para tudo e mais alguma coisa, mas esses, regra geral, acabam por se enrolar de tal forma nos seus projetos e palavras, que acabam por chegar a estradas sem saída e nos deixam a olhar para eles com ar de "Hee... mas isso não faz sentido nenhum...". Já no passado tomámos uma má decisão, porque, para além de sermos bastante indecisos em certos momentos, o cansaço da rotina diária de trabalho levou-nos a aceitar seguir uma ideia proposta por um profissional, que acabou por se revelar um falhanço, tal como, alías, tínhamos uma ligeira impressão que pudesse acontecer. Mas serviu para aprender.

 

Nesta primeira fase das nossas obras, o alvo a atacar era o nosso quarto. Sabíamos que o queríamos mudar radicalmente face ao que estava, porque, por um lado, estávamos condicionados por essa tal má decisão no passado que não era totalmente passível de ser solucionada, e por outro estivemos dois anos a viver com infiltrações precisamente no quarto, pelo que tudo ali, como estava, nos transmitia desconforto e nos acordava más memórias. Vai daí, se certas coisas não se podem mudar, mudam-se então outras. O alvo passou a ser, por isso, as paredes. Entre decisões quanto a cores e a padrões, só queria que tivessem visto a quantidade de pessoas que nos disseram: "Não se preocupe tanto com as cores das paredes, as pessoas raramente estão no quarto, sem ser para dormir.". Sempre que eu ouvia isto, começava a borbulhar dentro de mim uma espécie de ira, capaz de dar uma resposta torta a quem me dissesse tal disparate. Mas consegui conter-me sempre (e olhem que foi um grande esforço!) e dizer apenas: "Eu não penso da mesma forma".

 

 

 Para mim, o quarto é um local essencial da casa. Já era assim na casa dos meus pais e agora não é diferente. Eu sou pessoa de gostar de estar uns longos momentos só, em silêncio (enquanto a vida mo permite, claro!), a apreciar tudo, sem interferências. Para mim, um quarto é lugar de calma, de reflexão, de leitura. Desde sempre que me lembro de gostar muito de quartos e da sensação de tranquilidade e conforto que eles me dão. Até me lembro que, quando era miúda e ia a casa de algum amigo ou vizinho, o que eu mais queria ver eram os quartos. Não faço ideia se isto define alguma coisa do meu caráter ou revela algum distúrbio de personalidade com nome estranho, mas é a verdade. Por isso, não me venham dizer que os quartos não são assim tão importantes ou que as decisões que tomar nunca terão tanto impacto como eu desejo. Sabem lá estas pessoas o que estão a dizer!

 

(E, se calhar, valeria a pena pensar que nem todas as pessoas são iguais e que há clientes que podem não estar inteiramente de acordo com tudo o que lhes dizem. Penso eu de que.)

 

 

03 de Agosto, 2017

Férias são para trabalhar.

Joana

Cá por casa, pelo menos, sim. Temos TANTA, mas TANTA coisa a arrumar, pensar, fechar, comprar, pintar, colar, negociar, renegociar, mudar, encomendar, substituir, vender, reciclar, decorar, instalar e, genericamente, tratar, que as férias vão ser de muito pouco descanso. Mas tem de ser. Chegámos ao ponto de não conseguir estar mais com tudo em stand-by, sempre à espera de qualquer coisa. Nos entretantos, ficou muita coisa desorganizada - inclusivé a nossa vida pessoal - e isso está a afetar-nos de uma forma que nunca pensei ser possível e até consideraria exagerada. No entanto, e bem vistas as coisas, nestes já consideráveis anos que vivemos juntos, muito poucos investimentos em bens foram definitivos, por motivos sobretudo relacionados com as casas em que estávamos. Agora é tempo de parar de estar nestas intermitências e passar aos pontos finais. Está a ser cansativo e não vai ficar por aqui, bem sabemos. Mas estamos dispostos a abdicar das habituais férias para criar um lar, sem ser passo a passo. Desta vez, vai ser de uma rajada só, que já não dá para mais. 

 

Venha de lá o nosso lar, então.

 

 

 

 

 

 

 

 

02 de Agosto, 2017

Eu não choro quando experimento vestidos.

Joana

Às vezes, como quem não quer a coisa, paro os olhos naquele programa "Say Yes to The Dress" do TLC. Apesar de não gostar do canal e da generalidade dos programas que dele fazem parte, acabo por dar uma oportunidade a este, porque é daquela categoria que não nos obriga a pensar e que, em dia de preguiça plena, é perfeito para engordar a sorna. No entanto, é muito raro que sempre que vejo este programa, a dada altura, não comece a rebolar os olhos perante o por lá passa, sobretudo quando as noivas choram ao experimentarem O vestido.

 

Ora bem, minhas amigas, eu já casei, sabia o que estava a fazer, estava muito feliz e tranquila e experimentei apenas dois vestidos no tempo de noivado. O primeiro era um sonho, mas não ficava particularmente bem no meu tipo de corpo. O segundo era precisamente a ideia do que queria - simples, justo e fluído. Posso dizer que eu nenhuma fase do processo eu chorei. Sim, eu não chorei quando descobri o meu vestido. Sim, aparentemente, eu sou uma pessoa estranha.

 

Acho que esta cena de se chorar quando se encontra o vestido que vai ser o escolhido para o grande dia é uma tanga. A única explicação que eu encontro para isso é a pessoa não estar certa do passo que vai dar e só quando se sente verdadeiramente "noiva" é que lhe cai a ficha e se apercebe que já não há volta a dar (ou haverá, mas pronto).

Ou então, pode ter qualquer coisa a ver com isto:

 

 

 

Anyway...

 

Eu também não sou muito apegada a bens materiais, apesar de adorar roupa, pelo que acredito que poderá vir daí a minha falta de compreensão deste fenómeno. Mas acho francamente que um vestido não pode ter a capacidade de nos fazer chorar. E olhem que eu sou uma sensivelzinha e chorona do pior.

 

Noivas deste nosso pequeno e belo país: como em tudo na vida, não criem demasiadas expectativas relativamente ao vosso vestido. Ele pode ser o tal e não vos fazer chorar. Ou fazendo, que seja apenas pelo preço: é caro como tudo e o preço por cm2 parece o de uma penthouse em Nova Iorque. Só por aí é que se justificam as lágrimas, parece-me. Chorar porque estamos muito bonitas num vestido já revela todo um novo padrão de personalidade, que muito pouco pode ter a ver com o verdadeiro sentido do casamento.