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Verde Vermelho

Podia ser um blog sobre Portugal. Podia ser um blog sobre mim. Podia ser um blog sobre coisas boas e más. Podia ser um blog humorístico. Podia ser um blog a tentar ser humorístico. Podia ser um blog sobre qualquer coisa. Pois podia.

Verde Vermelho

Podia ser um blog sobre Portugal. Podia ser um blog sobre mim. Podia ser um blog sobre coisas boas e más. Podia ser um blog humorístico. Podia ser um blog a tentar ser humorístico. Podia ser um blog sobre qualquer coisa. Pois podia.

27 de Maio, 2018

Fomos ao cinema. "Os Invisíveis" foi a escolha.

Joana

Ontem, sem grande plano, decidimos ir ao cinema. Como andamos totalmente alheados do que está no cinema e vale ou não a pena, confiámos em meia dúzia de sinopses que conseguimos ler no pouco tempo que tínhamos e avançamos para a escolha que, pelo teor da história, parecia ser do nosso agrado: "Os Invisíveis".

 

 

O filme retrata a vida de quatro judeus, desconhecidos entre si, que contam na 1ª pessoa a sua vida de fuga à perseguição cega do nacional socialismo alemão e de como sobreviveram em Berlim ao período do 3º Reich, imediatamente após a cidade ter sido declarada como "Livre de Judeus", sem efetivamente o estar. A história é poderosa e, sendo verdadeira e contada pelos próprios, tem um enorme impacto. A questão que, de início, nos deixou um pouco reticentes é este ser um filme em forma de documentário. Mas o que inicialmente nos pareceu desinteressante, depressa se revelou essencial para entrarmos na história e percebermos, pela cara, voz, gestos dos próprios que aquilo foi real - muito mais do que qualquer trilha de cinema pudesse tentar reproduzir. A verosimilhança que o discurso na 1ª pessoa dá torna este filme muito interessante e, embora longe da genialidade, impressiona e "mexe".

Quando o filme terminou, fiquei num misto de tristeza e alegria - entre a vergonha de pertencer a um mundo dito desenvolvido que agiu desta forma há cerca de 70 anos e a satisfação de perceber que a inteligência dos que eram constantemente perseguidos e julgados menos capazes se sobrepôs à dita inteligência das opressivas ditaduras do século XX.

Eis um filme que nos surpreende pelos dois lados: pela história e pela História.

Vale bem a pena. Se gostam do género, avancem, sem medos.

 

 

 

 

26 de Maio, 2018

Aurea.

Joana

Esta miúda é um espanto de voz. Tem uma garra incrível, cria letras e melodias cheias de bom gosto e tem um vozeirão daqueles. Sou fã e só lamento ainda não ter tido uma oportunidadezinha que fosse compatível para a ver ao vivo. Eu bem que procuro, mas há sempre alguma coisa no caminho. Esta semana foi a faringite. Há de chegar o dia.

 

E este CD em particular, minha gente? De entre tanta coisa boa, e se gostarem do género, ouçam a "Thrill Seeker" ou a "Like a Sheet of Coated Paper". Caramba, há ali Fiona Apple, há Portishead e há o mais que me inspira na música mais alternativa que costumava ouvir na mnha juventude. Incrível. Desculpem-me os mais sensíveis, mas acho que este álbum nos faz chegar a outro nível, mesmo internacionalmente. Talvez seja mesmo dos melhores discos portugueses dos últimos anos (e olhem que eu gosto muito da nossa música e há muita coisa bem feita por cá!).

 

Eu adoro música e faço um esforço para abrir caminho por entre tanta fast pop que nos parece açambarcar e impedir de ver outras coisas novas. Este disco é esse ar fresco e merece muito espaço para brilhar.

"My confessions" na lista de aniversário? Check!

 

Bravo, Aurea! Merece todos os nºs 1, sem margem para dúvidas.

 

 

 

25 de Maio, 2018

Ando desaparecida, porque:

Joana
  • tenho andado cheia de trabalho;
  • tenho andado doente com uma faringite, que me roubou a voz, a disposição e as forças nos últimos dias
  • ando frustrada por não conseguir falar - "apenas" uma das coisas que mais gosto de fazer, com o bónus de ser essencial no meu emprego;
  • ando frustrada por estar num deserto criativo, fruto do cansaço;
  • não tenho dormido (há quantas noites não sei o que é um sono reparador?)
  • ando com memória de peixe e não me lembro ao jantar do que comi ao almoço - o que é ótimo para quem tem blogues e quer escrever sobre coisas.
  • tenho tentado manter o equilíbrio de tudo, mas com pouco sucesso;
  • não tenho tempo para nada nesta fase do ano;
  • estou a precisar de arejar - mais a cabeça do que o corpo.

 

 

Acho que são boas justificações.

Estou perdoada?

 

 

 

 

 

 

15 de Maio, 2018

Eu não gostei do Salvador com o Caetano. Deverei ser expulsa da blogosfera?

Joana

No passado sábado, como tão bem sabem, foi o dia da grande Final do Festival Eurovisão da Canção. E nesse grande espetáculo em tantos domínios, houve várias interpretações de artistas nacionais, que me encheram de orgulho [sobretudo, a minha tão cara Ana Moura, de quem tanto gosto]. No entanto, toda a blogosfera anda doida a fazer vénias à atuação do Salvador Sobral com o Caetano Veloso. Toda, à exceção deste canto aqui.

 

Eu gosto q.b. do Salvador Sobral e com tendência a piorar, apesar de lhe reconhecer uma voz muito bonita e uma presença marcante. No entanto, acho que a fama o fez entrar numa "bolha" que o leva a perder os filtros e a mostrar-se como um puto mimado, muitas vezes - coisinha para a qual tenho, cada vez, menos paciência. No entanto, na atuação no Festival, e tendo em conta toda a sua "akwardness", até se portou genericamente bem (à exceção de se ter posto aos saltinhos, parecendo um coelho desvairado no meio de uma atuação que se queria mais tranquila). E eu gosto do Caetano Veloso. Bastante até. Mas de um Caetano na sua "praia", com o seu tom próprio e a cantar algo em que acredita e a dizê-lo de alma e coração.

No entanto, a junção do Salvador com o Caetano não resultou para mim e foi, inclusivamente, algo sofrível, a meu ver. O Caetano Veloso estava tão fora da sua zona de conforto, que até ultilizou a estratégia de pôr o público a cantar, para minimizar a incapacidade de aguentar as notas. O registo estava bastante acima do que é natural para ele e isso notou-se claramente. E, incrivelmente, o Salvador superou o Caetano. Para além disso, esta terá sido uma das poucas situações em que um texto soou pior com sotaque brasileiro, do que com sotaque português. Não gostei e preferi, inclusivamente, a atuação do Salvador acompanhado por Júlio Resende ao piano (à exceção de mais aquele momento tresloucado em que enfiou a cabeça dentro do piano), do que a com o nosso caro Caetano.

 

Tenho para mim que, a partir do momento em que, num dueto de qualquer artista com Caetano Veloso, prefiro o primeiro a este último, alguma coisa deve estar mal. Ou com eles ou comigo. Ainda assim, acho que não mereço ser explusa da blogosfera e das redes sociais em geral, por ser, aparentemente, o único ser à face da Terra - formigas incluídas - que não gostou desta atuação nem a achou, de modo algum, brilhante ou excecional.

 

 

[Entretanto, já fiz as pazes com o cantor brasileiro e já o recrutei para o leitor de CD do carro. Estamos em paz.]

 

 

 

 

12 de Maio, 2018

A Eurovisão em Portugal.

Joana

Ter o Festival da Canção em Portugal é único e, provavelmente, irrepetível nos anos de vida que me restam. Até agora, tudo - à exceção de comentários mais desadequados nas redes - me tem enchido de orgulho em relação à Eurovisão. Considero que estamos a fazer uma ótima figura e tudo me parece excecionalmente bem feito, preparado, produzido, realizado e apresentado. Estamos a mostrar-nos ao mundo de uma forma que me orgulha muito, confesso.

 

Sou uma fã da Eurovisão desde sempre, como sabem. Adoro tudo o que ela envolve, mas acho que são sobretudo as memórias da minha meninice que me adoçam o entusiasmo por este espetáculo. Não me importa minimamente que seja exagerado, piroso, bom ou mau - para mim é sempre único e merecedor da minha atenção e entusiasmo.

 

Nesta quase impossível missão de superar anos anteriores de Eurovisão, Portugal está a sair-se magnificamente bem, a meu ver. Os espetáculos têm sido merecedores das melhores críticas nacionais e internacionais e é só espreitar a emissão ao vivo para perceber a dimensão e a qualidade do que conseguimos fazer. O último Prós e Contras debruçou-se sobre este espetáculo e foi ótimo perceber que quase tudo o que foi feito no âmbito da Eurovisão em Portugal foi contratado a empresas nacionais. Fora isto, é só ver a emissão e perceber o quão bons estamos a ser a o quão bem estamos a fazer. Num misto de sobriedade e espetáculo, acho mesmo que estamos a brilhar - e nunca apostei muito que o conseguíssemos desta forma, reconheço. Estou impressionada e muito orgulhosa!

 

 

E para quem me critica a fanatice, só tenho a dizer que este espetáculo é muito mais abrangente que o Euro 2004 ou a Expo'98, que tão bem organizámos. É a imagem de Portugal no Mundo. E entusiasma-me tanto ou mais que qualquer outro no passado. Acredito mesmo que esta imagem ficará marcada em muitas pessoas de muitos lados deste nosso pequeno planeta. E fico muito feliz com isso.

 

Bravo, Portugal!

 

05 de Maio, 2018

Pinóquios? Só nas histórias para crianças.

Joana

Lido mal com a mentira. E sou perigosa, porque tenho um sexto sentido que a deteta com bastante facilidade e raramente se engana, para além de ter boa memória. Se a descubro, não sou pessoa de ter meias medidas e, por mais sensata que me considere, não a permito de todo e corto o mal pela raíz.

 

Nos últimos dias, tive uma situação profissional que intensifcou as dúvidas que tinha sobre um colaborador. Como acredito que a vida, por si só, tem as suas próprias receitas e nos traz as coisas naturalmente, resolvi deixar passar algum tempo, para ver se algo viria ao de cima. E tem vindo, de facto. Ao ponto de eu estar com uma quase certeza de que houve uma questão de saúde grave inventada, para justificar uma falha. Se assim for e eu, efetivamente, descobrir uma "verdade" diferente da que me foi dada, vai ser muito difícil travar uma decisão que já paira na minha mente há algum tempo. O que me frustra no meio disto tudo é que eu sou muito preocupada com as minhas pessoas - tanto no âmbito pessoal, como no profissional - e estou sempre a cuidar delas e a zelar para que, dentro do que eu posso fazer, elas tenham sempre as melhores condições e se sintam bem e motivadas. Uma mentira no meio disto tudo é uma facada e abre uma ferida que não consigo sarar - em termos de quebra de confiança e em questão de princípios.

 

Lido mal com a mentira, como vos disse. Acho que não nos leva a lado nenhum e ensombra tudo e todos os que envolve. Fico muito magoada por perceber que o melhor que dou aos outros é retribuído desta forma - em desculpas vãs pousadas em chãos de barro. No que me disser respeito e tendo esse poder, não permitirei que ela faça parte da minha história. Pessoal e profissional. Com tudo o que isso implica.