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Verde Vermelho

Podia ser um blog sobre Portugal. Podia ser um blog sobre mim. Podia ser um blog sobre coisas boas e más. Podia ser um blog humorístico. Podia ser um blog a tentar ser humorístico. Podia ser um blog sobre qualquer coisa. Pois podia.

Verde Vermelho

Podia ser um blog sobre Portugal. Podia ser um blog sobre mim. Podia ser um blog sobre coisas boas e más. Podia ser um blog humorístico. Podia ser um blog a tentar ser humorístico. Podia ser um blog sobre qualquer coisa. Pois podia.

22 de Julho, 2018

Bora lá pôr todos os bons festivais no mesmo fim de semana?

Joana

Esta deve ter sido a espetacular proposta que passou pelas mentes brilhantes (e claramente febris!) dos organizadores de festivais deste nosso pequeno e caro país.

 

"- Temos cerca de 50 artistas internacionais que aceitaram vir a Portugal.

- Boa! Em que datas?

- Todos na mesma data. Eles querem aproveitar os preços de grupo nas viagens e restaurantes.

- Espetacular! Assim também despachamos logo isto e podemos ir de férias, quando toda a gente for trabalhar."

 

[Só pode ter sido (por) isto, certo?]

 

 

Este nosso pequeno país, aparentemente, é também pequeno em datas, porque só nestes últimos dias, no mesmo território, houve cerca de 37 festivais a acontecer ao mesmo tempo. Isto até seria relativamente aceitável, porque há muita cidade e muita gente a ter e a precisar de festa, pelo que haveria oferta para todos. O problema está no facto de, só na área do Porto, ter havido, pelo que sei, uns 5 festivais no mesmo fim de semana, dos quais destaco o Tributo a Nelson Mandela e o Márés Vivas. Já nem vou falar de outros, pelo país, nem do facto do EDP Cool Jazz e do Super Bock Super Rock terem sido, também, agendados para o mesmo fim de semana. Ontem estive a apreciar o tempo que um Telejornal dedicou a falar de vários festivais que estão a decorrer nestes dias. Foram mais de 10 minutos. E não se falaram de dezenas de outros, estou certa.

 

Para mim, marcarem-se tantas festas e festivais (sem serem locais, claro está!) nos mesmos dias é, simplesmente uma falta de respeito pelo público e denota claramente o que move os organizadores. Descobriu-se aqui uma mina de ouro e ala moleiro, o público que se desenrasque. Eu não sou muito fã de festivais e ambientes semelhantes a esses, confesso. Sou mais caseira e não me sinto muito bem a estar horas em pé a ver vários concertos de vários artistas, tudo em filinha indiana. Sou moça de pagar bilhete e ver um concerto do início ao fim do mesmo artista. Coisas minhas. Mas, de facto, acho que havia de haver aqui uma maior consideração pelo público. E não me venham com a treta do "eclético", que não há pachorra para isso. Pode ser eclético na mesma e cada um dos grandes festivais acontecer num fim de semana diferente, não pode?

 

Surge este desabafo na sequência de termos ido ver, na sexta feira passada, o Tributo a Nelson Mandela. O cartaz era relativamente fraquinho, mas demos uma oportunidade. Primeiro ponto: o Festival decorreu em três dias, de quarta a sexta feira, e começou sempre às 16h30, o que é ótimo para quem trabalha e por si só denota o imenso respeito da organização pelo público. Segundo ponto: os artistas pouca ou nenhuma referência fizeram a Mandela ou à sua história de vida, preferindo atuar rapidinho, que aparentemente não ganharam dinheiro com isso (cof, cof) e estava uma noite gelada como tudo; Terceiro ponto: aquilo que eles chamavam de "cabeça de cartaz", Steven Tyler, revelou ser, sim, uma grande cabeça (no sentido da proporção), mas infelizmente cheia de droga a correr-lhe nas veias. Foi tudo, portanto, um valente flop e a prova disso foi a velocidade a que o públco saiu do recinto, mal o concerto/festival acabou. Nunca vi tal. À saída, ouvi ainda um rapaz a dizer que, naquela sexta feira, estava para aí o triplo do número de pessoas que tinha estado nos outros dias. Sendo que, nessa noite, estariam umas duas mil (se tantas!) lá, não percebo como a organização falou em 40 mil pessoas nos três dias.

 

 

Portanto, vamos a conclusões: os senhores das organizações dos festivais têm - fica provado - é grandes problemas a matemática. Não calculam bem os dias, o número de artistas, as horas, os preços dos bilhetes (que chegaram a estar a 100 Euros!) e o número de entradas. Talvez devessem primeiro ler umas quantas coisas, fazer umas valentes horas de estágio e só depois ficar responsáveis pela organização do que quer que seja. Acredito que todos ficaríamos a ganhar com isso. Inclusive respeito.

 

 

17 de Julho, 2018

Blogs - Escrever posts longos ou curtos?

Joana

Ora bem, vamos lá à eterna discussão no mundo dos blogues.

 

Eu sou pessoa de Letras. Literalmente. Gosto de palavras e de discursos bons e interessantes - independentemente de serem longos ou curtos. Importante é que sejam bem escritos. Do ponto de vista formal e de conteúdo.

Não sou daquelas pessoas que entra num blogue e a prioridade é ver a dimensão do post, para decidir se o vai ler ou não. Acho isso até um pouco triste. Uma coisa é adiar a leitura, por falta de tempo para se dedicar a interpretar e, quem sabe, a tecer algum comentário; outra é rejeitar por completo um artigo por ser grande demais. Cada vez mais, as pessoas leem menos. Pode parecer que não, mas eu estou em crer que sim. Vendem-se é mais livros, mas parece que o que importa é mostrar nas redes que se lê alguma coisa. Reflexo disso mesmo é a falta de tempo / pachorra / dedicação / interesse que as pessoas revelam ao não se dedicarem às coisas com a entrega que elas merecem. Geração Millennial no seu melhor?

 

Já encontrei por essa blogosfera alguns autores que se vangloriam de não terem pachorra para ler blogues que tenham sempre textos enormes - sendo que, para estas pessoas, e regra geral, o conceito de "enorme" significa mais de 10 linhas. Se isto, já por si só, é cómico de tão mau que é, pior se torna quando os comentários seguem a mesma linha e apoiam a teoria do "quanto mais curto e rápido, melhor". E pergunto-me eu, no meio destas selvas: qual é então, para estas pessoas, o propósito de ter um blogue e escrever nele? É que se for para deixar mensagens curtas, existe o Twitter; se for para encher de fotografias, há o Instagram; e se não é para dizer nada de jeito, é para ficar apenas e só guardado para quem o pensou. Já se é para escrever sobre algo interessante - o que, possivelmente, exigirá acima de 10 linhas - aí sim, é matéria para blogue.

 

Não critico quem escreva posts pequenos ou, apenas e só, de imagens ou pequenas situações - eu mesma, esporadicamente, o faço. Nem penso que a dimensão seja o que importa, mas sim o conteúdo. Há quem muito escreva e só diga disparates e quem quase nada diga e seja muito interessante. Mas rejeitar, desde logo, um blogue e/ou uma publicação por ter mais letras e menos imagens do que o expectável? Humm...Estranhos tempos, estes.

 

Para mim, é simples. Da mesma forma que a inteligência é a característica mais sexy em qualquer ser humano, também quando isso transparece na escrita torna tudo muito mais interessante.

 

E para vocês?

 

 

 

16 de Julho, 2018

Ontem fiz anos.

Joana

E adorei. Como sempre tinha adorado até há uns tempos. Procurei descentrar-me da questão da idade (coisa que, nos últimos dois anos, me tinha tirado algum entusiasmo e até ensombrado um pouco a comemoração) e fui passar um dia tranquilo, com os meus pais e o meu marido, à aldeia, sem bolos comprados em pastelarias ou jantares de 30 pessoas. Foi simples, muito simples até, mas adorei e foi um dia que me encheu o coração. Recebi de quem mais importava boas e sinceras palavras e gestos, e do meu núcleo pequenino todo o amor e carinho que prova que eu lhes importo muito. Acabei o dia de sorriso na cara e coração a explodir de gratidão. Por tudo o que tenho, por tudo o que a vida me deu e sempre dá todos os dias e pela imensa sorte que tenho, mesmo quando - estupidamente - penso que não. Parabéns a mim e aos meus! Foi dos melhores 15 de julho dos últimos anos!

 

 

10 de Julho, 2018

Se eu sobrevivi a esta reunião de condomínio, vocês também conseguem.

Joana

Quem mora em apartamentos sabe que a parte menos bela da coisa é existir um condomínio. E é menos bela não pelo pagamento (coisa que faz bastante sentido, a meu ver, e que, se bem gerida, é uma boa segurança para imprevistos), mas pelas decisões importantes que se têm de tomar em conjunto. Se estivermos a falar de pessoas civilizadas e sensatas, as reuniões têm tudo para correr bem. Se tal não for o caso - que é o mais provável - a coisa tende a roçar a briga de bairro.

 

Na passada sexta feira, tivemos a terceira reunião de condomínio deste ano, para tentar fi-nal-men-te decidir avançar para obras. Relembro que o nosso apartamento foi o único, no conjunto de quase duas dezenas deles, a ter tido problemas de infiltrações que duraram cerca de um ano, até termos (eu e o J., porque ninguém se mexe quando não lhe chove em casa) encontrado uma empresa que nos solucionou - pelo menos, no imediato - o problema. Desta vez, as obras que precisavam de uma decisão definitiva eram para todo o prédio, passado o período de teste que aqui as vossas caras cobaias tiveram o privilégio de viver e ultrapassadas as dúvidas que poderiam existir.

 

Só que - claro! - nunca há reuniões 100% pacíficas. As nossas são sempre muito longas, mas genericamente têm contado com alguma sensatez e participação e todos acabam, de uma forma mais ou menos acentuada, por se dar bem e ir para as respetivas casas a sorrir e a fazer leves piadas. Ou seja, ainda valia a pena acreditar num mundo bom.

 

O volte face ocorreu, todavia, nesta tão prazeirosa reunião de condomínio na sexta feira, em que uma proprietária de uma loja começou a "disparar" em todas as direções, a ser grosseira, provocatória e mal educada e a manifestar o verdadeiro tamanho do seu caráter. [Que caráter?] Estava toda a gente a ficar nervosa, sem paciência e pronta a explodir com ela. Foi vergonha alheia do pior. A coisa ficou bem turva, quando ela disse que se estava pouco a importar para o prédio e só queria que lhe resolvessem o problema da loja, que isso é que interessava. Pronto, estava tudo dito. Eu sou uma pessoa calma e pacífica - mas só até me "pisarem os calos". Fui enchendo, enchendo, enchendo... até ela se virar para mim. E aí teve a sua resposta. Enquanto gritava para mim, à minha frente, me apontava o dedo e me mostrava uns olhos esbugalhados cheios de raiva, comentou que eu era mal educada e começou a fazer imitações de mim a falar. Não sabe com quem se meteu. Levantei-lhe a voz, obriguei-a a calar-se por momentos e ouviu, da minha voz possuída de nervos, que ela, sim, era uma mal educada e uma ingrata, porque as pessoas estavam naquela reunião há duas horas a discutir o problema dela, quando o objetivo era discutir as obras para todo o prédio (coisa que demorou 10 minutos no todo, se tanto), pelo que deveria reconhecer isso, ao invés de atacar tudo e todos e comprometer o sucesso da decisão conjunta, que depende do dinheiro de todos. E acrescentei que na nossa casa choveu nos quartos durante um ano. Não foi uma loja que ficou danificada, foram dois quartos. Foi a nossa vida de recém casados. Foi a incapacidade de usufruir de uma casa acabada de comprar. Foi a nossa saúde (estivemos doentes diversas vezes nesse ano). Foi o nosso bem estar. Foram os nossos projetos adiados. Foi a nossa felicidade. E ela calou-se. Ficou a bufar, mas calou-se finalmente. Ao fim de duas horas.

 

Se bem que eu seja apologista da calma, cortesia e sensatez para lidar com tudo e com todos, aqui não foi possível. E acho que o que resolveu a questão foi ela perceber que não ia apanhar moscas com vinagre, e não - como idealmente seria desejável - uma carga de bom senso que tenha descido sobre a sua cabeça. [Era pedir demais, Deus não é assim TÃO magnificente]. Como não há milagres, o meu mais profundo desejo é não voltar a ver a cara desta mulher tão cedo à minha frente e que ela passe a fazer parte daquela camada da sociedade que não vai às reuniões de condomínio. Não faz falta nenhuma, reduz o risco de sofrer de um AVC e até ganha menos cabelos brancos. Só coisas boas.

 

 

 

 

 

 

 

09 de Julho, 2018

Conselho a todos os vendedores.

Joana

"Tem sido um sucesso, temos vendido muito". Se me disserem isto relativamente a cápsulas de café, até alinho. Agora se me disserem isto em relação a roupas, calçado, joias, elementos de decoração e afins... perdem-me como cliente no momento. Se há coisa de que não gosto é ver o que tenho e uso noutros. Não é por mal, nem por me achar superior, inferior ou mediana. É porque gosto de coisas simples e pouco ou nada vistas e reajo mal ao que é visto a cada virar de esquina. Por isso, aquilo que alguns vendedores consideram o argumento derradeiro para me conquistarem é, na verdade, o definitivo para me fazerem pousar o que esteja a ver, sorrir graciosamente, agradecer a ajuda e sair em segundos. Estranha, eu?

 

 

 

 

03 de Julho, 2018

Para o caso de alguém precisar mesmo dessa informação.

Joana

O J. viu hoje, na sua pausa de almoço, algo que chamou a sua atenção de tão mau que é e que a mim, depois de me mostrado há pouco, me enojou particularmente e me fez questionar como é possível haver coisas destas na televisão nacional. Sim, estamos a falar da CMtv.

 

No final de uma reportagem sobre um caso de abuso sexual de crianças e da condenação de um professor de música por este crime, é mostrada uma simulação de um abuso (como se fosse necessário). A coisa já, por si, é má, mas a questão é que foi mostrada TODA  a simulação - desde o puxar as calças e o cinto de uma miúda, até ao prender dos braços, o virar de costas e tudo o que se segue, com movimentos incluídos. Se isto fosse num Gato Fedorento ou afins e não correspondesse a uma realidade. até podia ter a sua piada. Mas no fecho de uma reportagem real sobre um crime real perpretado a pessoas reais é uma coisa absolutamente execrável. [Desculpem não colocar o link, mas não consigo mesmo.]

 

Eu não sou dada a grandes moralismos, mas isto é mesmo inaceitável e nojento. Como é possível passar na televisão, numa reportagem noticiosa? Vergonhoso, no mínimo.

 

 

02 de Julho, 2018

Portugal saiu da Rússia...

Joana

... e eu não estou particularmente triste com isso. [E olhem que eu sou daquelas que sofre, grita, chora e afins.] Fomos muito bons, jogámos muito bem frente ao Uruguai e temos que nos orgulhar do que fizemos e do que conseguimos mostrar. Não é, no fundo, grande derrota e estou muito satisfeita com o que conseguimos criar nestes anos. Isto é só o princípio.

Bravo, Portugal!