Há vários anos que colaboro com uma Associação de Proteção Animal, não como voluntária, mas como parceira, fazendo diversas doações e participando em várias atividades solidárias que vão sendo promovidas pela mesma. Tendo uma empresa, decidi também oferecer a minha ajuda a esta Associação, prontificando-me a ser um ponto de recolha de donativos que as pessoas quisessem oferecer para ajudar os animais, a divulgar as suas iniciativas e a contribuir para um envolvimento social mais profundo dos jovens nestas causas. No entanto, a Associação, apesar do ótimo trabalho que tem feito com a proteção, divulgação e adoção responsável dos animais, tem falhado bastante, ao longo destes anos, em termos de resposta às minhas solicitações, sobretudo quando lhes peço para me enviarem informações atualizadas sobre os animais em processo de adoção ou outros assuntos que tais.
No início desta semana, entrei de novo em contacto com eles, a parabenizá-los por uma iniciativa que tinham promovido recentemente e a alertá-los, mais uma vez, que, se precisassem da minha ajuda, me poderiam contactar. Nessa iniciativa em que participei, fiz questão de ir ter com alguns dos seus animais, apenas para lhes dar algum carinho e conforto (eu movo-me muito pela causa animal) e não fui muito bem entendida pelos humanos que estavam com eles e que quase despacharam a situação do género "se não vens adotar, deixa estar". Tanto eu, como o J., ficámos pouco impressionados pela atitude, que nos frustrou e deixou tristes. Não me consegui conter e resolvi, nesse contacto que fiz no início da semana para a Associação, alertá-los para esta situação, pois poderia vir a ser impeditiva de futuras adoções. E bastou isto. Bastou, para que recebesse uma resposta a insinuar que eu sou uma pessoa insistente, afirmando que estão cansados das minhas palavras depreciativas e dando a indireta de eu estar a ser inconveniente. Ou seja, num ápice, passei de bestial a besta. Pior foi dizerem-me que eu não compreendia o que estava a dizer, pois apenas poderia falar em justa causa, se fosse voluntária. A abordagem foi errada, infantil e até provocatória (e fazem lá eles ideia se eu faço ou não voluntariado, se ajudo mais ou menos este ou aquele - não sabem, nem saberão, pois não faço questão de divulgar os meus atos solidários). E eu não consigo manter relações de qualquer natureza deste modo.
Confesso que toda esta situação me perturbou bastante e, por muito que eu não seja nada vingativa e tenha presente que a prioridade serão sempre os animais, e não as pessoas, não consigo negar que a minha relação com esta Associação deverá estar mesmo a queimar os últimos cartuchos. Não consigo ser hipócrita. Custa-me virar as costas, mas acho que, perante as evidências, é o melhor e mais correto que posso fazer. Foram extremamente injustos comigo, quando sempre fui incansável a ajudá-los, sem pedir nada em troca. O nosso Boss foi-lhes adotado e não poderíamos ter pedido melhor companheiro de vida. A nossa gratidão para com a Associação em relação à adoção do nosso peludo é imensa. Mas acho que, face às evidências, e à última atitude (que, pelos vistos, pretendeu mostrar que eu já lhes estava a ser inconveniente há demasiado tempo), perderá força daqui para a frente.
Muito triste, mesmo. Apenas lamento pelos animais.