Hoje tive uma consulta no meu Centro de Saúde. Como previa, à conta do Coronavírus, estava apinhado. Havia mais pessoas do que nunca e quase todas eram atendidas em 10 minutos, aparentemente porque não tinham nada que justificasse a consulta. Mas foram. E estiveram à espera. E ocuparam vagas. E, nos entretantos, respiraram o ar dos outros e partilharam muito do seu. E estava tudo bem para eles.
Passamos, pois, num ápice, da fase de nos acharmos intocáveis e geograficamente imunes aos vírus, à fase do "não somos menos do que os outros", com tudo o que a estupidez humana naturalmente acarreta. Ainda bem que se fala tanto de Saúde 24, da responsabilidade, da contenção do vírus e do "distanciamento social". O fruto proibido é mesmo o mais apetecido. Haja alguma inteligência e sensatez! Sem exageros, mas sem displicência a mais também. Existem bebés de meses, grávidas, idosos e tantos doentes reais a precisarem mesmo de acompanhamento e ajudas reais. Não só perdem vagas, como se sujeitam, se as têm, a pagar uma conta pesada.
Pensem, criaturas, antes de tudo o resto. O raio do vírus ainda não ataca a inteligência, acho.