A perfeição de se ser imperfeito.
Vamos ver se entendemos uma coisa: não há histórias perfeitas. Não há vidas perfeitas, não há dias perfeitos, não há amores perfeitos (ok, excluamos as flores), nem relações perfeitas. E quando digo isto, refiro-me a uma noção de perfeição que se criou e que vejo cada vez mais instituída pelas pessoas à minha volta que se traduz em mostrar que, com elas, tudo corre sobre rodas, que a vida é sempre sorrisos e borboletas na barriga, que não há falhas nem lombas a ultrapassar e que tudo é natural e obviamente fácil. Pois, mas a vida não é mesmo assim. Confesso que a minha paciência para conseguir aguentar esta insistência na perfeição é muito limitada. Não suporto que alguém me diga que a sua vida é perfeita. Como pode ser? Detesto mesmo que as pessoas queiram fazer transparecer uma coisa que não são e/ou não têm, seja por palavras, por comportamentos, por fotografias ou o que mais haja por aí. Detesto. Não há perfeição. Todos temos dias maus, todos temos falhas, todos erramos. Ao insistirem em passar essa imagem de perfeição, só denotam o quão imperfeitos são. Quanto mais não seja, por terem inventado uma vida falsa e pretensiosa sobre uma vida real, imperfeita e, por isso, muito, mas muito mais interessante.