As vozes dissonantes.
Tudo o que aconteceu a semana passada foi demasiado forte e grave e quero acreditar que só mesmo quem não está mentalmente são ou quem perpretou estes crimes possa não se deixar mover por tudo o que foi dito, mostrado e conhecido sobre os malditos incêndios. Quero assumir que, como seres humanos, nos sentimos identificados e fortemente unidos na procura de uma solução comum ou, pelo menos, na promoção de ajuda solidária para auxiliar, no imediato, a apaziguar as dores e as perdas de todas as vítimas. No entanto, e contra tudo em que acredito, tenho-me apercebido que há inúmeras vozes dissonantes neste meio de pessoas que preferem criticar ininterruptamente tudo e todos que lhes aparecem à frente - de políticos a voluntários e até- como é possível! - de vítimas. Isto revolta-me muito e deixa-me muito desacreditada da humanidade, de facto.
Detesto pessoas amargas. Pessoas que só sabem apontar o dedo, que acham que uma coisa boa não chega e que é sempre preciso mais. Pessoas que desconfiam de tudo e todos, que não agem ao invés de criticar e que estão formatadas para o "agora é assim, mas vamos lá ver como será quando...". Pessoas que nunca estão bem com o que os outros fazem e que são treinadores de bancada a cantar de galo, sem fazerem nada de jeito que prove poderem estar certas em alguma coisa que dizem. Detesto a descrença na humanidade e o azedume de quem não se presta a fazer o mínimo sacrifício por quem mais precisa. Detesto e não tenho paciência para gente assim.
Talvez não fosse má ideia que estas pessoas que não ajudam de forma alguma se aprendessem a calar, quando devem. Isso seria, talvez, a sua grande e melhor forma de ajudar.