Esta coisa da felicidade.
Costumo consultar com alguma frequência um blogue onde não há um dia em que não se fale de como o amor de quem escreve por quem é alvo da sua escrita é pleno e inquestionável, de como tudo é perfeito e se conjuga sem desalinhos. Por muito que goste de ler aquelas linhas e perceber essa felicidade distante, transposta nas palavras do/da autor(a), não acredito, na minha realidade, nessa perfeição plena que é definida por felicidade. Primeiro, porque a plenitude de um sentimento não se alcança assim, de repente. Depois, porque essa coisa da felicidade é a mais imprecisa palavra que conheço para definir. E valerá a pena defini-la? Penso que não. A felicidade vive-se, num momento, naquele preciso momento. Pode ser um pequeno sorriso, uma grande vitória profissional, um carinho, uma tentação cheia de açúcar, um abraço, um beijo, um amigo, um carro novo, um desejo concretizado, uma vitória sobre uma doença, uma viagem, uma aventura, um reencontro, uma surpresa, um silêncio, um piscar de olhos, um nada. A felicidade é tudo num dado instante, mas torna-se num nada se não for alimentada. A felicidade varia em função do cenário, das pessoas, dos momentos. Ser-se feliz é muito diferente de se estar feliz.