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Verde Vermelho

Podia ser um blog sobre Portugal. Podia ser um blog sobre mim. Podia ser um blog sobre coisas boas e más. Podia ser um blog humorístico. Podia ser um blog a tentar ser humorístico. Podia ser um blog sobre qualquer coisa. Pois podia.

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05 de Novembro, 2021

Inspira. Expira. Aceita.

Joana

Falávamos ontem em casa sobre a vida que levamos. Ou melhor, sobre a agitação com que levamos a vida. E fiquei a pensar na nossa conversa, bem para lá do final que lhe demos.

 

De facto, a nossa vida corre, neste momento, de forma tão acelerada, tão agitada, que sentimos, cada vez mais, que ela nos escapa por entre as rotinas e as obrigações desta coisa de se ser adulto. Confesso que, nesta fase, pelas múltiplas situações e constrangimentos que tenho/temos vivido, me sinto a leste da minha própria vida e me sinto a ser levada por ela como um barco que já faz a sua rota em modo automático e se vai desviando dos perigos que vai encontrando, umas vezes de forma mais consciente do que outras.

 

Não gosto particularmente da fase da vida em que estou, exatamente por este motivo. Vivo de rotinas e, presa por elas, com pouca liberdade e até força de movimentos para me centrar mais em mim e em nós, para ver as coisas com a alegria com que sempre vivi e com expectativas positivas. E tenho pena disto. Acredito que haja fases menos luminosas - e esta é uma delas -, mas também quero acreditar que a agitação dos dias não me vai conseguir tirar toda a capacidade de ver o lado bom, alegre, feliz e cheio de sorrisos que sempre tive em mim. 

 

Para já, estou numa estratégia de aceitação. Não vivo resignada a uma tristeza, mas sim a uma condição que me permita aceitar, de forma relativamente tranquila, que esta fase tem, necessariamente, de ser de maior privação e feita da certeza de que não consigo organizar, planear, manter tudo em ordem e ser boa e produtiva em todas as áreas da minha vida, porque não o sou, nem o consigo ser (por muito que o queira!), de facto.

 

Ser feliz depende de nós, claro. Mas não depende SÓ de nós. A vida corre em paralelo e em fundo e sinto que, nesta etapa da minha vida. tenho de aceitar as minhas limitações e tentar agarrar o que me é possível agarrar, no meio desta agitação em que o barco segue. Hão de chegar, entretanto, as águas calmas e conseguirei, aí, ver bem melhor a beleza da paisagem que me rodeia. Mesmo que seja só feita de água e azul. 

 

 

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