O lado da blogosfera que me desanima.
É difícil (impossível?), nos dias de hoje, eu conseguir idealizar um dia normal sem ter de recorrer à internet. Fora a grande necessidade em termos de trabalho, também para as pequenas coisas do dia a dia recorro a ela com relativa normalidade. Não me considero dependente, mas é já uma ajuda essencial de que, podendo, prefiro não abdicar. No entanto, quando me sirvo da internet para relaxar ou pesquisar alguma coisa, quase sempre acabo em blogues - os pontos de vista pessoais interessam-me, regra geral, mais do que uma simples exposição objetiva de informações, talvez por isso. E tenho dado por mim, cada vez mais, a ter um comportamento semelhante: a rapidez com que entro nos blogues e os começo a ler é quase sempre inferior à velocidade a que saio deles e penso nunca mais voltar. 99% das vezes o motivo é o mesmo: a língua portuguesa maltratada. Ou saltam imediatamente à vista erros ortográficos, ou construções frásicas descabidas e nada revistas, ou vocabulário impróprio, ou formas de tratamento infantilizadas ou o mais que o valha. E questiono-me: as pessoas têm noção do que e de como escrevem? Os autoproclamados bloggers sentem que têm ali material que justifique terem um blogue? Os leitores do blogue serão todos assim também? Serei eu demasiado exigente?
Enfim, seja o que for, a verdade é que eu não sigo assim tantos blogues por acaso. Só gosto de ler coisas bem escritas e que revelem cuidado e gosto. Os conteúdos podem ser mais ou menos interessantes, mais triviais ou complexos, mas, sabendo eu de antemão com o que contar e conhecendo minimamente o perfil de quem ali escreve, é difícil que deixe de seguir quem sempre levou a coisa com os padrões de exigência mais ou menos semelhantes aos meus.
Contudo, a maior das questões manter-se-á sempre: Por que carga de água são esses blogues fracos em quase todos os aspetos os que mais visibilidade / sucesso / leitores / ... têm? O que acham vocês disto?