Pinóquios? Só nas histórias para crianças.
Lido mal com a mentira. E sou perigosa, porque tenho um sexto sentido que a deteta com bastante facilidade e raramente se engana, para além de ter boa memória. Se a descubro, não sou pessoa de ter meias medidas e, por mais sensata que me considere, não a permito de todo e corto o mal pela raíz.
Nos últimos dias, tive uma situação profissional que intensifcou as dúvidas que tinha sobre um colaborador. Como acredito que a vida, por si só, tem as suas próprias receitas e nos traz as coisas naturalmente, resolvi deixar passar algum tempo, para ver se algo viria ao de cima. E tem vindo, de facto. Ao ponto de eu estar com uma quase certeza de que houve uma questão de saúde grave inventada, para justificar uma falha. Se assim for e eu, efetivamente, descobrir uma "verdade" diferente da que me foi dada, vai ser muito difícil travar uma decisão que já paira na minha mente há algum tempo. O que me frustra no meio disto tudo é que eu sou muito preocupada com as minhas pessoas - tanto no âmbito pessoal, como no profissional - e estou sempre a cuidar delas e a zelar para que, dentro do que eu posso fazer, elas tenham sempre as melhores condições e se sintam bem e motivadas. Uma mentira no meio disto tudo é uma facada e abre uma ferida que não consigo sarar - em termos de quebra de confiança e em questão de princípios.
Lido mal com a mentira, como vos disse. Acho que não nos leva a lado nenhum e ensombra tudo e todos os que envolve. Fico muito magoada por perceber que o melhor que dou aos outros é retribuído desta forma - em desculpas vãs pousadas em chãos de barro. No que me disser respeito e tendo esse poder, não permitirei que ela faça parte da minha história. Pessoal e profissional. Com tudo o que isso implica.