Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Verde Vermelho

Podia ser um blog sobre Portugal. Podia ser um blog sobre mim. Podia ser um blog sobre coisas boas e más. Podia ser um blog humorístico. Podia ser um blog a tentar ser humorístico. Podia ser um blog sobre qualquer coisa. Pois podia.

Verde Vermelho

Podia ser um blog sobre Portugal. Podia ser um blog sobre mim. Podia ser um blog sobre coisas boas e más. Podia ser um blog humorístico. Podia ser um blog a tentar ser humorístico. Podia ser um blog sobre qualquer coisa. Pois podia.

27 de Janeiro, 2017

Se não sabemos, não troçamos. De acordo?

Joana

Ouvi hoje na rádio o tema "Scratch my back", da Aurea, e lembrei-me de repente da minha indignação com algumas pessoas, há alguns anos, quando esta música saiu e se tornou recorrente nas rádios. Recordo-me que, de repente, toda a gente troçava desta música por, aparentemente, dizer "Coça-me as costas". De início, achei graça, porque pensei que as pessoas pudessem estar a brincar com a situação e a tradução literal teve por isso, e até certo ponto, piada. Deixou, no entanto, de a ter, quando me comecei a aperceber que as pessoas não estavam a troçar, mas acreditavam, de facto, que era isso que a letra queria dizer. E gozavam com a Aurea e com a música portuguesa.

 

Eu convivo bem com o facto de não termos todos a mesma formação ou conhecimento sobre as coisas - das mais mundanas às mais rebuscadas. Mas não sei lidar com este tipo de ignorância que troça porque os outros o fazem e porque acha que tem piada seguir incondicionalmente e de olhos fechados quem o faz e (acha que) consegue destacar-se com isso. Para mim, até consegue - mas não no lado positivo. Não gosto da ignorância. E não são precisos cursos ou douturamentos, porque há muita gente formada pelos livros e muito pouco pela vida, que falha constantemente em princípios básicos de convivência. Não gosto que não haja curiosidade em perceber as coisas, em tirar dúvidas e em questionar o que os outros nos dizem. A cultura que me importa é, de facto, a do respeito e cidadania, menos a dos livros. E aqui, claramente, eu fico a perder, porque dou conta que aquilo que mais valorizo está em clara desvantagem para aquilo que os outros valorizam. E como é triste perceber que a humildade de não saber dá tantas vezes lugar à mania que se sabe. É só fazer uma pergunta adicional "fora do baralho" e é ver toda esta "construção" a desmoronar-se pelas mãos de quem a quis erguer à viva força.

Triste.

 

2 comentários

Comentar post