Somos capazes de sentir a nossa própria maturidade?
Sim, somos. Ao contrário do que eu imaginaria, somos mesmo. E refiro-me à psicológica, naturalmente, que a outra a Natureza faz para que, queiramos ou não, nos demos conta que existe e está lá (Vivam as rugas! E os cabelos brancos! E os problemas de costas! E...).
Mas centremo-nos na maturidade psicológica.
Falo disto, porque cada vez mais me apercebo do que não gosto e do que me deixa desconfortável e consigo perceber que isso se relaciona com o facto de eu estar, de facto, numa fase diferente da das pessoas que me fazem sentir assim. Não é mania, não é achar-me superior a nada ou a ninguém - é, simplesmente uma constatação. De início, quando esse desconforto me surgia, dava por mim a pensar que eu deveria estar mesmo numa fase mais desinteressada e que o problema até poderia estar em mim. Mas aos poucos vou-me apercebendo que não. Dou por mim agora e várias vezes a ver comportamentos de outros que me perturbam por serem desadequados à idade ou à condição e que, se fosse há uns anos, me mereceriam alguma indignação, revolta ou até reação; no entanto, e neste momento, apenas me merecem uma apatia e um silêncio. Acontece em vários contextos da minha vida e não consigo reagir de outra forma [continuo a achar que o ignorar e levar a mente para outros lados é a melhor estratégia contra o que me irrita.] Fico contente por ter esta capacidade, mesmo que isso me leve a ser entendida pelos outros como uma pessoa seca, choca ou apática. Mas - lá está! - essa é outra das mais-valias de crescer: o facto de eu me estar a marimbar para o que as pessoas que eu considero não agirem de forma correta e coerente acham ou deixam achar de mim e da minha seriedade.
Importa quem está e quem me faz bem. Nada mais.
O resto é apenas e só música de fundo.