Vamos lá então falar do Spotify "gratuito".
Comecemos por explicar as aspas na palavra "gratuito". É certo que a aplicação é descarregada sem custos associados, é certo que não nos cobra mensalidades, mas já não é tão certo assim que valha a pena. Vejamos. Esta versão do Spotify obriga-nos a ouvir o rapazinho ou a rapariguinha a dizer "Assiste a este curto vídeo de 30 segundos e ganha 30 minutos de música, sem publicidade pelo meio". Até aqui, tudo bem. A pessoa até está disposta a ouvir aqueles segundos só para poder depois usufruir da música que lhe apetece ouvir naquele momento. A questão aqui está no facto de a fala do/a próprio/a rapazinho/rapariguinha demorar, só ela, 30 segundos. Ou seja, já vamos em 60 segundos. Não bastasse, o/a rapaz/rapariga são tão simpáticos, que nos agradecem por termos esperado o tempo do anúncio. Coisa boa, esta de se ser grato. Escusavam era de ser gratos durante mais de 30 segundos. Ou seja, levamos com quase dois minutos de "enche chouriços". Mas pronto, depois somos recompensados com 30 minutos de pura música, sem interrupções e... não, não somos. Os tais "30 minutos de música sem anúncios" nunca são mais de 20. E há lá coisa mais bonita do que estar a ouvir música clássica, instrumental, pop, rock, o que seja... e levar com um anúncio de Philadephia alho e ervas! Enfim, opções de quem é pobre. O Spotify gratuito, não o Philadelphia.
Esta malta do Spotify deveria reconsiderar a estratégia e pensar que, ao maçarem assim uma pessoa, em vez de conseguirem que ela mude para o Premium, podem levá-la a querer eliminar de vez a aplicação. Eu já estive mais longe de o fazer. Mas eu nem como Philadephia, deve ser por isso.